O vice-chanceler da Rússia, Sergei Ryabkov, declarou nesta segunda-feira, 10, que para que a guerra na Ucrânia seja encerrada, é necessário que as condições apresentadas pelo presidente russo, Vladimir Putin, sejam plenamente cumpridas. A afirmação sugere um aumento na tensão nas relações entre Moscou e os Estados Unidos, especialmente com o presidente Donald Trump, que havia prometido, durante sua campanha, pôr fim ao conflito em um curto período ao retornar ao cargo.
Ryabkov enfatizou que uma solução política para o impasse atual só é possível mediante a implementação integral das propostas feitas por Putin em um discurso ao Ministério das Relações Exteriores em junho. Ele destacou que a compreensão por parte dos EUA, Grã-Bretanha e outras nações sobre essa necessidade será fundamental para alcançar uma solução política eficaz.
O representante russo sustentou que não é viável estabelecer qualquer acordo sem abordar as questões que estão na raiz do conflito. Em termos de condições para um eventual tratado de paz, Putin exigiu que a Ucrânia renuncie a sua aspiração de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e que retire suas forças das regiões que foram ocupadas e anexadas pela Rússia, como Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporizhzhia, as quais passaram a ser consideradas parte da Rússia a partir de uma decisão unilateral em 2022.
A Rússia possui um histórico polêmico envolvendo a anexação da Crimeia em 2014. Atualmente, Moscou controla aproximadamente 20% do território ucraniano, incluindo a Crimeia e outras quatro regiões ocupadas. As forças russas estão presentes em cerca de 70% a 80% da Ucrânia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, manifestou, no domingo, 9, sua disposição para participar de negociações com a Rússia com o objetivo de discutir um acordo de paz. No entanto, ele estabeleceu uma condição para essa possibilidade: a garantia de que Estados Unidos e Europa não abandonariam a Ucrânia após o término do conflito.
Zelensky reiterou que, além de interromper o confronto, qualquer proposta rápida de Trump para um acordo deve assegurar que não haverá novas agressões por parte da Rússia. Ele também alertou que a Ucrânia não pretende repetir experiências de acordos de paz anteriores que falharam em proporcionar resultados antes da invasão.
O presidente argumentou que um conflito congelado apenas levaria a futuras agressões, resultando em uma situação de derrota para todas as partes envolvidas. Ele concluiu afirmando que, se houvesse uma garantia de apoio contínuo por parte dos Estados Unidos e da Europa, ele estaria aberto a qualquer modalidade de diálogo com a Rússia.