Hong Kong apresentará uma queixa sobre as tarifas recentemente aplicadas pelos Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). A reclamação se baseia no fato de que, segundo autoridades da região, os EUA desconsideraram o status de Hong Kong como um território alfandegário distinto. O secretário-chefe da região, Eric Chan, declarou que essa ação é incompatível com as normas da OMC, reforçando que Hong Kong deve ser reconhecida como uma entidade comercial separada.
A imposição de tarifas de 10% sobre produtos oriundos de Hong Kong está alinhada com as ações do governo dos EUA, que busca restringir importações da China. Além disso, o Serviço Postal dos Estados Unidos suspendeu, recentemente, o recebimento de correspondências e pacotes provenientes da China e de Hong Kong, embora tenha revertido essa decisão rapidamente, o que gerou confusão e dificuldades para empresas de varejo e de remessa.
Chan ressaltou a inconsistência das políticas norte-americanas e a complexidade que a suspensão temporária das remessas trouxe para comerciantes e empresas. Ele também mencionou que a administração de Trump havia removido a isenção de imposto “de minimis” para pacotes abaixo de US$ 800, uma medida que visa coibir a entrada de substâncias como o fentanil no país.
Historicamente, Hong Kong tem sido reconhecida como um centro comercial livre e aberto. No entanto, a implementação de uma lei de segurança nacional pela China em 2020 resultou em críticas por parte dos EUA e na revogação do status especial da região sob a legislação norte-americana. Essa mudança contribuiu para o aumento das tensões entre os dois países, com os EUA estabelecendo que os produtos fabricados em Hong Kong deveriam ser rotulados como produtos da China, o que comprometeu as vantagens comerciais da antiga colônia britânica.
