A marca Tânia Bulhões, que produz porcelanas, perfumes e produtos para a pele, anunciou a descontinuação de quatro coleções de porcelanas. O aviso foi publicado na página oficial da empresa na sexta-feira, dia 7. As coleções afetadas são Marquesa, Mediterrâneo, Entre Rios e Lírio. A decisão de interromper a fabricação das coleções foi justificada pela empresa, afirmando que essa medida permanecerá em vigor até que a nova fábrica de porcelana, atualmente em construção em Uberaba, MG, esteja operante.
O comunicado destaca que essa escolha foi influenciada por vídeos que se tornaram virais, nos quais consumidores encontram produtos das coleções sendo vendidos como itens de luxo a preços inferiores aos normais. A empresa expressou desculpas aos clientes por qualquer insegurança causada e pelos questionamentos válidos que surgiram nos últimos dias.
Em outro post, a marca ressaltou que suas criações são frequentemente copiadas. No caso específico da coleção Marquesa, a empresa alegou ter identificado que um parceiro violou acordos contratuais, comercializando produtos que não haviam passado pelo controle de qualidade da marca, resultando em sobras de produção. A Tânia Bulhões declarou que antes da aquisição da fábrica Royal Limoges na França, em 2023, todos os seus produtos eram fabricados por terceiros.
A empresa afirmou que já tomou as devidas medidas jurídicas contra aqueles que disseminam informações incorretas a respeito da marca. A polêmica começou quando um vídeo da influenciadora Izadora Palmeira, publicado em janeiro, mostrava uma xícara idêntica à da coleção Marquesa em um restaurante na Tailândia. Essa xícara, sem a marca Tânia Bulhões, era utilizada para servir cafés a um custo médio de R$ 5, enquanto no catálogo da marca, cada xícara é vendida por R$ 210.
Izadora observou que a xícara que tinha em casa era idêntica àquela encontrada no restaurante, exceto pela assinatura da marca. Em uma rede social, a criadora de conteúdo Isa Rangel, com mais de 340 mil seguidores, também comentou o caso, abordando a discrepância de preços e indicando que, se os clientes raspassem o logo da marca no fundo das peças, poderiam descobrir a origem da fabricação.
No vídeo, Isa também apontou uma suposta contradição entre a arte da peça, que apresenta um limão siciliano, e a descrição no site da empresa, que afirma que a inspiração para o desenho veio de paisagens de uma fazenda em Minas Gerais, terra natal da empresária. O vídeo de Isa Rangel atingiu mais de 1 milhão de visualizações até a noite de segunda-feira, dia 10.