A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou nesta terça-feira, 11, que as novas tarifas sobre aço e alumínio anunciadas pelo governo dos Estados Unidos não passarão despercebidas. Ela afirmou que a União Europeia tomará medidas para proteger seus interesses econômicos, destacando que tarifas são prejudiciais aos negócios e ainda mais aos consumidores. Von der Leyen enfatizou que tarifas injustificadas aplicadas na União Europeia resultarão em contramedidas robustas e proporcionais.
Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz informou ao Parlamento que, se os Estados Unidos não apresentarem outra alternativa, a União Europeia responderá de forma unificada. Scholz ressaltou que, como o maior mercado global, com 450 milhões de cidadãos, a UE possui a força necessária para tal resposta. Além disso, expressou o desejo de evitar a escalada das tarifas, observando que guerras comerciais costumam resultar em perdas de prosperidade para todas as nações envolvidas.
Os Estados Unidos anunciaram no dia 10 de abril a implementação de tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, o que já havia sido sinalizado pelo presidente Donald Trump um dia antes. O presidente afirmou que “todo aço que entrar nos Estados Unidos” estará sujeito a essa taxa.
Trump justificou as tarifas dizendo que elas acabarão com a prática de “dumping” estrangeiro, promoverão a produção interna e assegurarão que as indústrias de aço e alumínio sejam pilares da segurança econômica e nacional dos Estados Unidos. Ele destacou que o tema vai além do comércio, tratando-se de garantir a independência do país em relação a nações estrangeiras para indústrias fundamentais.
As novas tarifas terão um impacto significativo sobre o Brasil, que é o segundo maior fornecedor de aço e alumínio para os Estados Unidos. Em 2024, as exportações brasileiras dessas commodities totalizaram 4,677 bilhões de dólares, o que corresponde a 14,9% das importações norte-americanas, ficando atrás apenas do Canadá, responsável por 24,2% dessas importações.
Os Estados Unidos constituem o segundo maior mercado para as exportações brasileiras, superado apenas pela China. Em 2024, as exportações do Brasil para os Estados Unidos atingiram 40,3 bilhões de dólares, representando 12% do total das exportações do país. Por outro lado, as importações brasileiras de bens dos EUA foram de 40,6 bilhões de dólares, totalizando 15,5% do total.
Em 2018, durante o primeiro mandato de Donald Trump, tarifas sobre o aço já haviam sido implementadas, mas posteriormente essas taxas foram convertidas em cotas e reduzidas em 2020.
A política tarifária de Donald Trump, uma de suas promessas de campanha, tem sido gradualmente aplicada nas semanas recentes. Entre as outras ações, o presidente anunciou uma tarifa de 10% sobre produtos importados da China. Em resposta, o Ministério das Finanças da China impôs tarifas de 15% sobre carvão e gás natural liquefeito dos EUA, além de tarifas de 10% sobre petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis.
Além disso, os EUA estabeleceram tarifas de 25% sobre produtos provenientes do Canadá e do México, mas após negociações, adiou a implementação dessas tarifas por um mês para renegociações.