O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é utilizado para medir a inflação oficial do Brasil, apresentou uma desaceleração em janeiro, registrando um aumento de apenas 0,16%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), essa variação representa uma diminuição considerável em relação ao aumento de 0,52% verificado em dezembro, resultando em uma redução de 0,36 ponto percentual. Este resultado é o mais baixo para o mês de janeiro desde a implementação do Plano Real, em 1994.
Entre os grupos de produtos e serviços que contribuíram para a variação do IPCA em janeiro, o de Transportes se destacou com uma alta de 1,30% e um impacto de 0,27 ponto percentual. Na sequência, o grupo Alimentação e Bebidas apresentou uma elevação de 0,96%, com impacto de 0,21 ponto percentual. Em contrapartida, o grupo Habitação apresentou um recuo significativo de 3,08%, resultando em um impacto negativo de 0,46 ponto percentual, o que ajudou a moderar o índice geral do mês.
O aumento observado no grupo de Transportes pode ser atribuído, fundamentalmente, aos reajustes nas passagens aéreas, que subiram 10,42%, e nas tarifas de ônibus urbanos, que apresentaram um aumento de 3,84%. Essas mudanças foram influenciadas pelos ajustes de tarifas em diversas capitais, como Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Recife, Vitória e Campo Grande. Além disso, o agrupamento de combustíveis teve um aumento de 0,75%, refletindo elevações nos preços do etanol (1,82%), óleo diesel (0,97%), gasolina (0,61%) e gás veicular (0,43%).
No setor de Alimentação e Bebidas, verificou-se o quinto aumento consecutivo. Os preços de alimentos consumidos em casa subiram 1,07%, impulsionados pelo aumento dos preços de alguns itens, como cenoura (36,14%), tomate (20,27%) e café moído (8,56%). Contudo, também foram observadas quedas em itens como batata-inglesa (-9,12%) e leite longa vida (-1,53%).
No que diz respeito ao grupo Habitação, a energia elétrica residencial apresentou o maior impacto negativo no índice, com uma diminuição de 14,21% em janeiro, resultando em um impacto de -0,55 ponto percentual. Essa redução foi ocasionada pela inclusão do bônus de Itaipu, que foi creditado nas faturas de energia emitidas no mês de janeiro.