Na segunda-feira, 10 de março, o presidente dos Estados Unidos anunciou a implementação de tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio, uma medida que afetará diretamente o Brasil, o segundo maior exportador de aço para o mercado americano.
O Governo Federal brasileiro declarou, na terça-feira, 11 de março, que não se envolverá em uma guerra comercial em resposta às tarifas impostas pelos Estados Unidos. O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou à imprensa que “o Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial”, reforçando a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que conflitos comerciais não beneficiam nenhuma das partes envolvidas.
O Brasil, como o segundo maior fornecedor de aço aos Estados Unidos, está ciente do impacto que essas tarifas poderão causar. Segundo informações do Instituto Aço Brasil, 62% das exportações brasileiras de aço, realizadas entre janeiro e setembro de 2024, tiveram como destino os EUA. As novas tarifas serão efetivas a partir de 12 de março e não terão exceções nem isenções.
As declarações de Padilha contrariam os comentários anteriores do presidente Lula, que havia prometido uma resposta em termos de “reciprocidade” caso o governo Trump impusesse tarifas sobre produtos brasileiros. Lula deixou claro que, se produtos brasileiros forem taxados, o Brasil também consideraria impor tarifas sobre os produtos norte-americanos.
Embora Padilha tenha suavizado o tom em seu discurso recente, enfatizando a importância do livre comércio, outros países como o Canadá e o México já expressaram suas intenções de reagir fortemente à decisão de Trump. O Canadá se comprometeu a oferecer uma resposta “firme e clara”, enquanto o México solicitou a Trump que não prejudicasse a integração comercial na América do Norte.
Além disso, a União Europeia anunciou que tomará medidas que serão “firmes e proporcionais” em resposta às novas tarifas. Os Estados Unidos representam o segundo maior mercado de exportação para os produtores europeus, correspondendo a 16% de suas exportações totais previstas para 2024.