A rede de cafeterias Starbucks foi alvo de um processo movido pelo estado do Missouri, que a acusa de utilizar seu compromisso com diversidade, equidade e inclusão como uma justificativa para práticas discriminatórias com base em raça, gênero e orientação. Esta informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters, que teve acesso ao processo judicial.
Na queixa apresentada no tribunal federal de St. Louis, o estado do Missouri alega que a empresa estaria vinculando a remuneração de seus executivos ao cumprimento de metas de contratação relacionadas a raça e gênero. Além disso, a empresa teria implementado um sistema de cotas destinado a garantir a diversidade racial e étnica no conselho de diretores.
Segundo o procurador-geral do Missouri, Andrew Bailey, as ações da Starbucks são consideradas ilegais e violam tanto as legislações federais quanto estaduais que protegem os direitos civis. Este processo se insere em um contexto mais amplo de contestação às políticas de diversidade, equidade e inclusão, especialmente a partir da administração do ex-presidente Donald Trump, que considerava tais iniciativas como práticas discriminatórias.
Trump, ao reassumir a presidência, emitiu um decreto que declarava ilegais as políticas e programas voltados à diversidade, equidade e inclusão dentro do governo federal, determinando a licença administrativa para funcionários relacionados a esses programas, com o objetivo de efetivar demissões em um período de 60 dias.
Diversas grandes empresas, como Meta, Amazon e Walmart, passaram por reavaliações em suas políticas de diversidade após a posse de Trump. Em um comunicado interno, a Meta afirmou que “o cenário político em torno dos esforços de diversidade, equidade e inclusão nos Estados Unidos está mudando”, em referência às alterações nos direcionamentos da companhia.
A Starbucks, em resposta ao processo, manifestou sua discordância e defendeu que as alegações são incorretas. A empresa reafirmou seu compromisso em gerar oportunidades para todos os seus colaboradores, ressaltando que seus programas e benefícios são acessíveis a toda a força de trabalho. Atualmente, a Starbucks emprega aproximadamente 211.000 pessoas nos Estados Unidos e 361.000 em outros países.
Em um caso semelhante ocorrido em agosto de 2023, um juiz federal no estado de Washington rejeitou uma ação de acionistas que contestavam as políticas de diversidade da Starbucks, determinando que tais questões pertenceriam ao domínio das políticas públicas e deveriam ser tratadas por legisladores e empresas, não pelo sistema judiciário.
