O Primeiro-Ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, emitiu um aviso ao grupo Hamas, afirmando que a guerra será retomada caso mais reféns não sejam libertados até o próximo sábado. Esse alerta surge em um contexto onde a paciência do governo dos Estados Unidos parece estar se esgotando.
Um esforço diplomático internacional tem buscado moderar e estabelecer um acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas. Esse processo foi amplamente celebrado tanto no Oriente Médio quanto em outras partes do mundo, especialmente após 15 meses de um conflito que causou a destruição de inúmeras famílias. A população global tem acompanhado com insatisfação e preocupação os lamentos de famílias israelenses por seus parentes sequestrados e o sofrimento de crianças palestinas que perderam suas casas e entes queridos.
As administrações dos ex-presidentes americanos Joe Biden e Donald Trump conseguiram, após intensas negociações, convencer as partes envolvidas a firmar um acordo em três etapas. Este acordo abrange a devolução dos reféns, a libertação de prisioneiros palestinos e, posteriormente, a reconstrução de Gaza. Embora inicialmente o pacto tenha sido considerado promissor, surgiram diversas dúvidas sobre sua implementação completa.
Especialistas apontam que, embora o acordo possa ter aliviado a pressão política sobre Netanyahu ao permitir a repatriação de alguns reféns, os benefícios estavam mais voltados ao Hamas. Isso ocorre porque o grupo, ainda no controle militar e político da Faixa de Gaza, não teve suas principais metas atingidas por Israel.
A pausa nas hostilidades é vista como uma oportunidade para o Hamas reestruturar suas forças e recrutar novos membros, enquanto representa um obstáculo para quaisquer avanços estratégicos das Forças de Defesa de Israel (IDF). Apesar disso, a pressão política da administração norte-americana, especialmente sob a nova liderança, forçou Netanyahu a aceitar os termos acordados. Contudo, sugerindo uma mudança nas dinâmicas, parece que agora os palestinos estão buscando encerrar prematuramente o acordo.
O Hamas declarou que não liberará os reféns previstos para sábado, alegando que Israel não cumpriu com as condições do cessar-fogo. As acusações incluem a interrupção do fluxo contínuo de ajuda humanitária, a suspensão do retorno das famílias ao norte de Gaza e bombardeios realizados por Israel, todas as quais foram negadas pelas autoridades israelenses. Observadores internacionais não relataram violação dos termos durante o período do acordo.
Netanyahu reiterou que, se os reféns não forem devolvidos até sábado, a guerra recomeçará de forma ainda mais intensa no mesmo dia, encerrando de vez o cessar-fogo. Donald Trump, aliado de Netanyahu, também expressou seu descontentamento, afirmando que sua paciência está se esgotando e lançando um ultimato ao Hamas. Mediadores do Catar, Egito e diplomatas dos EUA estão pressionando o grupo para que cumpra o acordado, mas estão receosos de que não voltem atrás em sua decisão.
De acordo com análises militares, a possibilidade de Israel romper o cessar-fogo é maior, considerando que o país fez mais concessões do que os benefícios que obteve. No entanto, a postura intransigente do Hamas sugere que as últimas semanas de paralisação do conflito podem ter servido para o grupo se reabastecer e obter ganhos políticos, especialmente com a libertação de centenas de prisioneiros palestinos.
Além disso, a aparente fragilidade do Irã e do Hezbollah, aliados do Hamas, sugere que a retomada das hostilidades neste momento poderia ser um erro estratégico, colocando em risco os ganhos obtidos ao longo do quase ano e meio de guerra. Contudo, a lógica não parece ser a regra prevalente neste conflito.
Comentários controversos de Trump sobre a realocação de milhões de palestinos podem ter influenciado a disposição do Hamas em manter o cessar-fogo, uma vez que, em caso de uma possível intervenção norte-americana, a eliminação do grupo terrorista se tornaria mais provável. O mundo inteiro estará atento a Gaza no próximo sábado, dia 15 de fevereiro, na expectativa de uma resolução pacífica com a libertação de inocentes ou o reatamento da guerra devido à obstinação do Hamas.