A Rossi, em recuperação judicial desde 2022, enfrenta uma crise interna exacerbada recentemente. No centro da disputa estão o ex-CEO, Fernando Miziara, e os irmãos Renata e João Paulo Rossi, que ocupavam cargos de diretoria. A nova gestão da empresa, que destituiu esses três membros em outubro de 2024, apresentou novas alegações e um conjunto de documentos a fim de sustentar suas reivindicações.
Em um comunicado relevante, a Rossi anunciou a convocação de uma assembleia geral extraordinária (AGE) para discutir uma proposta de ação de responsabilidade civil contra os mencionados executivos. A convocação, que contém 381 páginas, é acompanhada de um relatório de investigação interna realizado pela Kroll, uma empresa de auditoria, que visou esclarecer as possíveis irregularidades ocorridas.
O presidente do conselho da Rossi, Nicolas Paiva, afirmou que muitos documentos ainda estão sendo analisados, mas que já é possível identificar indícios de má gestão desde 2016. Ele alegou ter provas significativas ligando os três acusados à prática de uma administração paralela que desconsiderou a governança da empresa.
As investigações revelaram uma série de contratações irregulares envolvendo familiares dos executivos e a transferência de ativos sem comprovação de pagamento. Em resposta, os irmãos Rossi e Fernando Miziara criticaram a proposta de ação, destacando que não se trata de uma investigação formal e apontando a ligação de conselheiros, que teriam suas próprias controvérsias, com o investidor Silvio Tini, questionando a integridade da nova gestão.
Paiva, ao esclarecer sua posição no conselho, afirmou que foi eleito unanimemente e que a participação de Silvio Tini não é um fato novo, já que ele é acionista desde 2017. Afirmou que quaisquer alegações que tentem desacreditar a ação são uma forma de desviar a atenção das questões reais de gestão e governança.
Os detalhes sobre as supostas fraudes incluem práticas como pagamentos a empresas ligadas aos familiares dos ex-dirigentes e a falta de compliance em contratações corporativas. A análise das irregularidades está sendo aprofundada, com a intenção de assegurar que a empresa se recupere de maneira transparente.
Embora a magnitude dos danos ainda não possa ser estimada, a situação pode ter contribuído decisivamente para que a Rossi solicitasse recuperação judicial no final de 2022. Investigações futuras poderão revelar a extensão completa dos prejuízos causados por essas práticas.
Adicionalmente, investigações indicam que outros indivíduos podem estar envolvidos e que medidas adicionais, além da ação de responsabilidade civil, estão sob consideração. O objetivo final é que a empresa recupere a sua governança e transparência, que foram, segundo a atual gestão, comprometidas pelos antigos administradores.
Por fim, haverá um esforço contínuo para melhorar a governança da Rossi e para restabelecer a confiança dos investidores e stakeholders na empresa, visando um futuro mais estável e sustentável.