Ao anunciar a intenção de implementar tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos Estados Unidos, a administração do presidente Donald Trump provoca um desmantelamento das normas do sistema multilateral de comércio. Essa análise foi realizada por um especialista do Centro de Negócios Globais da Fundação Getulio Vargas (FGV), que destacou a natureza disruptiva dessa medida, indicando a dificuldade de se mensurar seu impacto no Brasil, embora reconheça que a decisão é alarmante para as nações em desenvolvimento.
As tarifas mencionadas ainda não foram implementadas. A equipe do secretário de Comércio, Howard Lutnick, irá avaliar a situação de cada parceiro comercial americano, considerando diversos fatores. Esses incluem tarifas que já estejam sendo aplicadas aos produtos norte-americanos, a presença de impostos considerados injustos ou discriminatórios sobre empresas, trabalhadores e consumidores dos EUA, custos adicionais resultantes de barreiras comerciais não tarifárias, e políticas que afetem a competitividade das empresas e trabalhadores americanos em outros países.
Além disso, a administração Trump está adiando a imediata imposição dessas tarifas, visando dar tempo para que os países afetados possam negociar novos termos comerciais. Um funcionário da Casa Branca afirmou que essa decisão visava promover um equilíbrio geral nas transações comerciais, observando que isso poderia resultar numa diminuição das exportações brasileiras. Essa situação também teria repercussões semelhantes em outras partes do mundo, impactando de maneira significativa o comércio global.
Os analistas acreditam que essa situação poderá resultar no fechamento do mercado brasileiro em relação ao segundo maior parceiro comercial do país, que é também o principal fornecedor de bens industriais. A avaliação sugere que as implicações dessa mudança podem ser amplas, afetando tanto as relações comerciais entre os países quanto a dinâmica do comércio internacional de maneira geral.