22 fevereiro 2025
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Perigo de Radiação Após Incidente com Drone Russo em Sítio de Deslizamento!

Um drone de origem russa, equipado com uma ogiva explosiva, atacou a estrutura que abriga os restos do reator 4 da antiga usina de Chernobyl, na Ucrânia, em 14 de fevereiro de 2025, resultando em um incêndio. Esse local, que sofreu o maior acidente nuclear da história em 1986, passa por uma proteção de concreto que foi finalizada em 2017, projetada para evitar a liberação de radiação.

Apesar dos danos significativos causados pelo ataque, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), um organismo das Nações Unidas, confirmaram que os níveis de radiação permanecem dentro dos limites normais e não houve aumento detectável.

A AIEA também declarou que não há evidências de compromissos na contenção interna do Novo Confinamento Seguro (NCS), a estrutura de concreto atingida pelo drone. Este projeto monumental, financiado por uma colaboração internacional, visa confinar os restos do reator 4 por um período mínimo de 100 anos.

O NCS foi projetado não apenas para conter a radiação, mas também para possibilitar a demolição parcial do “sarcófago” original, que foi construído rapidamente após o acidente. A estrutura externa do NCS inclui uma cobertura protetora sobre uma espessa camada de concreto, enquanto a contenção interna foi elaborada para impedir vazamentos de material radioativo.

Estima-se que até 95% do material radioativo permaneça confinado dentro das ruínas do reator, sob o chamado “sarcófago”. O reator 4 da usina de Chernobyl, localizado próximo à fronteira com Belarus, explodiu em 1986, liberando grandes quantidades de material radioativo que se espalharam pela União Soviética e pela Europa. Anos após o acidente, o local foi isolado por um abrigo de concreto e aço, o qual foi construído por uma coalizão internacional ao longo de várias décadas, sendo finalizado em 2017.

Os danos provocados pelo acidente nuclear foram inicialmente subestimados. Dados reconhecidos internacionalmente indicam que 31 pessoas morreram imediatamente em decorrência do desastre, enquanto a ONU estima que apenas 50 óbitos possam ser atribuídos diretamente ao acidente. No entanto, um estudo da OMS, publicado em 2006, projetou cerca de 9 mil mortes relacionadas ao câncer na Ucrânia, Belarus e Rússia.

De acordo com um estudo da Academia Russa de Ciências, das aproximadamente 830 mil pessoas que trabalharam nas operações de limpeza, entre 112 mil e 125 mil, ou cerca de 15%, faleceram até 2005. Embora esses números tenham sido questionados por cientistas ocidentais, registros ucranianos são considerados mais confiáveis. A base de dados de Chernobyl aponta que existiam 318.988 trabalhadores de limpeza ucranianos, e as taxas de mortalidade desses indivíduos aumentaram drasticamente ao longo dos anos.

A explosão da usina gerou uma quantidade de radiação 400 vezes maior que a liberada pela bomba atômica que atingiu Hiroshima. O esforço de resposta ao desastre envolveu mais de 500 mil pessoas e custou cerca de 18 bilhões de rublos na época, o que equivale a aproximadamente R$ 295,8 bilhões atualmente. Este evento é considerado o pior desastre nuclear já registrado e um dos mais onerosos da história, com prejuízos estimados em mais de R$ 3 trilhões.

Em relação ao contexto atual das hostilidades, na noite anterior ao ataque, as forças armadas ucranianas reportaram que a Rússia havia lançado 133 drones no território ucraniano, dos quais 73 foram interceptados em 11 regiões distintas. Os demais drones não atingiram alvos. Esta situação ocorre em um momento crítico, antes do início da Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, onde está prevista uma reunião entre o vice-presidente dos Estados Unidos e o presidente ucraniano. Zelensky enfatizou que os ataques persistentes da Rússia indicam que Putin não está se preparando para negociações de paz, mas sim para continuar as hostilidades.

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