22 fevereiro 2025
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Diretor de ‘Ainda Estou Aqui’ Afirma Que Longa Não Deveria Sair do Cinema

O diretor do filme “Ainda estou aqui”, indicado ao Oscar, afirmou em uma entrevista que a produção do longa foi inviável durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Walter Salles, acompanhado pela protagonista Fernanda Torres, destacou que o lançamento do filme só se tornou possível devido ao restabelecimento da democracia no Brasil. Ele mencionou ainda que o país esteve próximo de enfrentar um golpe de estado no final de 2022.

Em sua análise sobre o tempo necessário para a realização do filme, Salles declarou que a obra levou sete anos para ser concluída, sendo que durante quatro anos o Brasil se voltou para a extrema direita, o que impossibilitou a filmagem. Ele enfatizou que o filme é um reflexo do retorno da democracia, ressaltando a importância da volta de Luiz Inácio Lula da Silva ao cargo de presidente como um fator crucial para a viabilidade do projeto.

O diretor também abordou a tentativa de golpe de estado. Bolsonaro e mais 36 aliados foram indiciados por supostamente tentar orquestrar um golpe para que ele continuasse no poder após a derrota nas eleições de 2022. A situação está sendo investigada pela Procuradoria-Geral da República, que deve apresentar denúncias contra os envolvidos em breve.

Salles comentou sobre a produção do filme em 2023, afirmando que a equipe não tinha conhecimento sobre a tentativa de golpe enquanto filmavam. Ele foi interrompido por Fernanda Torres, que acrescentou que se tratava de um “golpe militar”. O diretor destacou as revelações da Polícia Federal que indicaram que a tentativa de golpe, que incluía o assassinato do presidente Lula e do vice-presidente Alckmin, quase se concretizou. Ele concluiu afirmando que, no momento do lançamento do filme, ficou evidente que a obra refletia a realidade atual do Brasil.

O longa “Ainda estou aqui” recebeu três indicações ao Oscar, nas categorias de melhor filme, melhor filme internacional e melhor atriz, em reconhecimento à performance de Fernanda Torres como Eunice Paiva, mãe de Marcelo Rubens Paiva e viúva do ex-deputado Rubens Paiva, que foi assassinado durante a ditadura militar.

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