Nas ruas dos Estados Unidos e de parte da Europa em 1925, predominavam estradas esburacadas e mal conservadas, onde o Ford Model T se destacava como o carro mais popular, contribuindo para a democratização do automóvel nas primeiras décadas do século XX. Nesse contexto, a Rolls-Royce lançou o Phantom, uma evolução do já renomado modelo Silver Ghost, que havia consolidado a imagem de luxo da marca. Desde sua criação, o Phantom passou por diversas gerações, tornando-se um ícone cultural frequente em filmes, séries e escolhendo estrelas e chefes de Estado como seus ocupantes. Em 2025, esse modelo completará 100 anos, mantendo-se como o carro mais longevo em produção.
Inicialmente, o Phantom era composto apenas por motor e chassi, com a carroceria feita sob medida para cada cliente. O fundador da fabricante, Henry Royce, tinha como objetivo criar um carro que fosse potente, confiável e extremamente confortável. A filosofia da empresa, expressa nas palavras de Royce, era “pegar o melhor que existe e torná-lo ainda melhor. Se não existir, projetá-lo.” Durante a Segunda Guerra Mundial, a produção foi interrompida, e no pós-guerra, a austeridade reduziu a demanda por automóveis luxuosos. No entanto, a solicitação da família real britânica por limusines para compromissos oficiais levou ao relançamento do Phantom em 1950, na sua quarta geração. Apenas dezoito unidades foram produzidas, todas destinadas à realeza e seus arredores. A cada nova melhoria, uma nova geração do modelo era introduzida, até que em 1990 a fabricação foi suspensa. A empresa passou a ser propriedade da Volkswagen em 1998, e depois da BMW em 2003, que retomou a produção do Phantom, agora na fábrica de Goodwood, em West Sussex, utilizando motores exclusivos da BMW.
Atualmente, o Phantom está em sua oitava geração. Seu interior combina materiais premium como couro, madeira e alumínio, todos personalizados de acordo com as preferências do cliente. Elementos como guarda-chuvas embutidos nas portas são parte das características exclusivas do modelo. Inclui um pacote tecnológico sofisticado e é equipado com um motor V12 biturbo de 6,75 litros, capaz de gerar 563 cavalos, possibilitando uma aceleração de 0 a 100 km/h em 5,3 segundos. Para aqueles que possuem pelo menos 475 mil dólares disponíveis para investir (equivalente a cerca de 2,7 milhões de reais), este pode ser um dos últimos veículos com motor a combustão a ser adquirido, uma vez que a empresa já anunciou planos para descontinuar esta linha até 2030, adaptando-se às novas demandas do mercado por veículos elétricos.
