20 abril 2025
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Estagflação: O Novo Desafio Ameaçando a Economia Brasileira, Segundo UBS BB

O panorama fiscal da economia brasileira, caracterizado por juros elevados, inflação acima das metas estabelecidas e um desbalanceamento nas contas públicas, apresenta uma nova preocupação para os próximos dois anos: a possibilidade de estagflação. Essa condição descreve um cenário em que a economia estagna sem crescimento, enquanto a inflação permanece alta.

Este alerta foi emitido por uma instituição financeira, que divulgou um relatório indicando que o Brasil pode enfrentar essa situação entre 2025 e 2026. O documento aponta que a combinação de um crescimento econômico fraco, sinais de deterioração econômica e uma inflação persistente são indícios de que o país poderá entrar em estagflação.

Historicamente, o risco de estagflação nas análises macroeconômicas surge com mais destaque no contexto atual. A última ocorrência desse fenômeno no Brasil foi em 2021, quando a inflação atingiu 10,06%, o desemprego ficou em 12,6% e o crescimento do PIB para 2022 foi previsto em apenas 4,78%, suficiente apenas para recuperar a queda de 3,9% registrada em 2020.

O relatório enfatiza a expectativa de estagflação baseada em diversos indicadores que sinalizam uma forte retração do crescimento do PIB, acompanhada por uma alta nos preços. A variação do PIB é uma das maiores preocupações, sendo que o cenário de estagflação é frequentemente associado a um período de recessão, caracterizado por uma diminuição no valor de bens e serviços por um intervalo mínimo de seis meses.

O Banco destacou que o crescimento econômico brasileiro tem superado regularmente as previsões desde o início da pandemia. O documento menciona as projeções feitas pela pesquisa Focus, que têm se mostrado otimistas em relação ao crescimento do PIB em comparação aos dados efetivos dos últimos anos.

Nos últimos três anos, o PIB brasileiro apresentou uma média de crescimento de aproximadamente 3% ao ano. No entanto, os índices indicam uma tendência de desaceleração, projetando um crescimento próximo a 1% no futuro imediato.

As previsões mais conservadoras para 2025 apontam para um crescimento do PIB de somente 1,3%, substancialmente inferior à média de consenso e às estimativas do Ministério da Fazenda. Essa expectativa de um PIB mais baixo, combinada com outros indicadores negativos, intensifica o risco de estagflação.

Além disso, o relatório menciona um arrefecimento em motores econômicos que anteriormente sustentavam o crescimento, como estímulos fiscais e investimentos. Também são recorrentes os dados econômicos desapontadores, como vendas no varejo e produção industrial, que indicam uma desaceleração econômica mais ampla.

A confiança do consumidor também está em queda, como mostram os indicadores de sentimento, que estão abaixo do nível neutro, apontando preocupações sobre a fraqueza geral da economia.

A inflação se destaca como um fator crítico nesse cenário. As previsões indicam que os índices de preços permanecerão elevados ao longo de 2025, ultrapassando as metas oficiais por um período prolongado.

Os economistas ressaltam que a desaceleração econômica não proporcionará condições para cortes nas taxas de juros nos próximos meses, devido à inflação e expectativas bem acima das metas estabelecidas. A expectativa é de que as taxas sejam elevadas nas próximas reuniões, com cortes somente projetados para 2026, na ausência de novos desenvolvimentos orçamentários negativos.

Há também uma previsão de que o quadro de estagflação possa se solidificar a partir do final do ano em curso. Apesar da demanda interna evidenciar um crescimento significativo, espera-se uma desaceleração mais intensa do que a do PIB, com ambos os índices tendendo a convergir até o final de 2025.

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