Os comentaristas José Eduardo Cardozo e Caio Coppolla debateram, em uma edição do programa O Grande Debate, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid e sua possível implicação na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O sigilo do depoimento de Cid foi levantado pelo relator do caso, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Segundo as declarações do militar, Bolsonaro estava ciente de um plano relacionado à assinatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e teria instruído Cid a viajar aos Estados Unidos com o intuito de negociar um conjunto de joias doadas pelo governo da Arábia Saudita.
Coppolla expressou a opinião de que a delação não possui a capacidade de condenar o ex-presidente, classificando-a como “uma peça de ficção sobre um golpe imaginário” e sugerindo que a denúncia da Procuradoria Geral da República é “juridicamente nula”. Ele argumentou que, segundo a legislação, a delação premiada não é suficiente por si só para que o Tribunal aceite a denúncia ou fundamente uma sentença, sendo necessário o corroboramento das declarações com outras evidências.
Em contraposição, Cardozo defendeu que a delação do tenente-coronel, embora insuficiente por si só para sustentar uma condenação, alinha-se plenamente aos fatos apresentados pela Procuradoria. Ele enfatizou que a delação é um componente probatório que deve ser combinado com outras evidências para formar uma base para a condenação. Cardozo destacou que a delação de Cid se integra de maneira coerente aos diversos elementos probatórios disponíveis, incluindo outros depoimentos, mensagens de WhatsApp e documentos, confirmando a solidez da denúncia apresentada.