Após a apresentação de uma denúncia pela Procuradoria Geral da República contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, reações diversas ocorreram em São Paulo. O prefeito da cidade, Ricardo Nunes, em suas declarações, manifestou a crença de que Bolsonaro não teria atuado como líder de um suposto plano golpista. Nunes ressaltou que não acredita que o ex-presidente tenha infringido os princípios do estado democrático de direito no Brasil. Ele destacou que, após ser eleito mas antes de assumir o cargo, Bolsonaro havia nomeado novos comandantes das Forças Armadas indicados por Lula.
O prefeito enfatizou que, caso Bolsonaro decida se candidatar novamente, receberá seu voto, destacando a importância de evitar pré-julgamentos. Nunes mencionou que o estado democrático de direito assegura a presunção de inocência, o direito à ampla defesa e o contraditório. Estes princípios, segundo ele, devem ser respeitados ao longo do processo judicial que envolve o ex-presidente. Ricardo Nunes acrescentou que a confiança no sistema democrático é vital para a estabilidade política do Brasil e que qualquer avaliação apressada poderia prejudicar essa confiança.
Nunes também se referiu aos possíveis efeitos da inelegibilidade de Bolsonaro sobre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é aliado do ex-presidente. De acordo com o prefeito, Tarcísio está atualmente concentrado em sua reeleição ao governo estadual e não possui intenções de concorrer à presidência. Ele observou que, se Bolsonaro conseguir reverter sua inelegibilidade, isso poderia torná-lo o candidato preferido da direita, impactando o cenário político nacional. A denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas, elaborada pelo Procurador Geral da República, Paulo Gonat, investiga uma suposta articulação destinada a manter Bolsonaro na presidência após sua derrota nas eleições de 2022.