22 fevereiro 2025
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A Estratégia da Mastercard para Dominar o Mercado B2B

A Mastercard está em um processo de diversificação de seu portfólio em resposta às inovações tecnológicas que afetam o mercado de cartões, que tradiicionalmente representa sua principal área de atuação. O conceito “Além dos Cartões” reflete essa mudança, com investimentos em serviços de segurança e prevenção de fraudes, entre outros.

Apesar dessa mudança de foco, a empresa, avaliada em US$ 512 bilhões, não esgotou suas possibilidades no segmento de cartões. O Brasil, que se posiciona como um dos maiores mercados para a Mastercard, ilustra como a companhia está buscando novos caminhos para expandir suas operações.

Globalmente, a Mastercard está direcionando esforços para o setor de pagamentos entre empresas (B2B) no Brasil. Desde o ano anterior, a empresa intensificou investimentos nesse nicho, com planos para acelerar suas ofertas até 2025. O CEO da Mastercard no Brasil, Marcelo Tangioni, indica que este segmento apresenta um grande potencial de crescimento.

A estratégia de expansão é dividida em três áreas principais: pequenas e médias empresas (PMEs), turismo e entretenimento, e grandes corporações. A Mastercard acredita que as PMEs podem proporcionar um crescimento mais rápido. Pesquisas com instituições financeiras revelaram que a penetração de cartões de crédito entre esses pequenos negócios varia entre 25% e 30%, evidenciando uma grande oportunidade de mercado.

Um produto desenvolvido para atender as demandas das PMEs é um cartão virtual que permite aos proprietários personalizar controles em transações, definindo limites específicos para cada funcionário ou setor da empresa. A Mastercard já possui essa solução e está pronta para aumentar sua participação nesse segmento.

Entretanto, a abordagem voltada para grandes empresas é mais desafiadora, com Tangioni destacando que a companhia está “um ou dois passos atrás” em relação ao que oferece para as PMEs. O desenvolvimento de produtos e a criação de uma rede de aceitação para esses cartões são prioridades que ainda precisam de maior atenção.

As iniciativas nesse segmento já estão em andamento, com esforços tanto para conquistar novos clientes quanto para estabelecer parcerias com fornecedores de grandes empresas, visando a construção de uma rede de aceitação robusta. Embora o crescimento nas PMEs seja mais rápido, o volume de transações entre grandes empresas é significativamente maior.

O CEO também ressaltou que a priorização do segmento B2B demorou devido ao histórico foco da Mastercard no mercado de consumidores, que continua a crescer. Dados recentes indicam que a penetração de cartões no Brasil entre consumidores é de 57%, enquanto o índice sobe para mais de 85% ao considerar o uso de Pix.

Em comparação, o Chile também apresenta índices de penetração semelhantes, variando de 60% a 65%, enquanto o México fica entre 20% e 25%. Com uma participação de mercado de 59,5% em cartões de crédito e entre 52% e 53% em transações, segundo dados do Banco Central do primeiro semestre de 2024, a empresa planeja novas estratégias para se consolidar no Brasil e globalmente.

Uma meta importante anunciada pela Mastercard é eliminar transações que utilizam senhas até 2030. A empresa está apostando em um modelo baseado em três pilares: tokenização, simplificação do processo de checkout e autenticação biométrica. No Brasil, a tokenização está mais avançada, com 40% das transações já sendo realizadas neste formato. No entanto, para alcançar uma implementação total, será necessária a colaboração de diversos agentes da cadeia, incluindo fabricantes de dispositivos móveis.

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