O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, completou um mês no exercício de sua função em 20 de fevereiro. Durante esse período, o líder republicano implementou tarifas comerciais sobre produtos importados, anunciou a retirada dos Estados Unidos de organizações internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde, e mencionou a possibilidade de “assumir o controle” da Faixa de Gaza, sugerindo a realocação de sua população de mais de dois milhões de habitantes para países vizinhos.
As críticas de Trump em relação à Ucrânia se intensificaram, resultando na caracterização do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, como um “ditador sem eleições.” Além disso, Trump advertiu Zelensky sobre a urgência de alcançar um acordo, sob o risco de perder o controle de sua nação. Durante seu segundo mandato, Trump manifesta um reforço na política de “America First,” priorizando os interesses dos Estados Unidos em múltiplas áreas, como economia, política e relações internacionais.
De acordo com análises de Carlos Gustavo Poggio, professor de Ciência Política do Berea College, Trump tenta recriar um cenário geopolítico que não condiz com a realidade atual. Poggio enfatiza que a abordagem de negociação e a visão de Trump, que lembram as dinâmicas do século 19, seriam inviáveis no contexto do século 21. Ele destaca que, durante o século passado, era possível que poucos líderes mundiais tomassem decisões que impactassem o cenário internacional, citando a Conferência de Yalta de 1945, na qual líderes como Winston Churchill, Josef Stalin e Franklin Roosevelt definiram o futuro geopolítico após a Segunda Guerra Mundial.
Poggio observa que o mundo contemporâneo apresenta uma complexidade maior, com um número diversificado de atores e interesses. Para ele, a noção de Trump de que Países menores devem se manter em silêncio nas relações de poder entre grandes nações não reflete a realidade atual. Ele conclui que a Europa moderna difere substancialmente da Europa que enfrentou as duas guerras mundiais, com a presença de novos atores internacionais, como a China, que desempenham papéis fundamentais na configuração geopolítica atual.
