23 fevereiro 2025
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Mensagens Enigmáticas Encontradas na Pedra Mais Antiga do Planeta

A pedra rúnica mais antiga do mundo, cuja descoberta foi divulgada em 2023, faz parte de uma laje maior com aproximadamente 2.000 anos. Pesquisadores da Noruega estão atualmente engajados na tarefa de reconstruir este antigo artefato. Este processo está começando a elucidar informações sobre quem registrou a misteriosa escrita rúnica e o significado das palavras inscritas.

As runas, que compõem os elementos fundamentais da primeira escrita germânica a partir dos primeiros séculos d.C., foram utilizadas na Escandinávia até o final da Idade Média. De acordo com informações do Museu de História Cultural da Universidade de Oslo, supõe-se que os povos germânicos tenham se inspirado no alfabeto romano para desenvolver esses caracteres. No entanto, as origens exatas das runas e suas aplicações permanecem incertas. Várias pedras com inscrições rúnicas foram localizadas em toda a Escandinávia, apresentando mensagens intrigantes, incluindo uma dedicada a uma rainha viking e outra alertando sobre mudanças climáticas com base em eventos passados. A maior parte dessas pedras é datada da era viking, entre 800 e 1050 d.C., com poucos exemplos de runas anteriores a esse período.

A pedra rúnica mais antiga, descoberta em 2021 por arqueólogos em um antigo sítio funerário na Noruega, estava coberta por inscrições rúnicas. Durante as escavações, fragmentos adicionais de arenito com inscrições semelhantes foram encontrados em sepulturas próximas. Os pesquisadores perceberam que os fragmentos pareciam se encaixar, indicando que todos faziam parte de um único objeto. As descobertas foram publicadas na revista Antiquity em 3 de fevereiro.

Durante a escavação, foi constatado que a pedra havia sido intencionalmente fragmentada e as partes individuais foram depositadas em diferentes sepultamentos. Com o passar do tempo, as pedras rúnicas eram utilizadas como memoriais ou para comemorar eventos. A forma como esta pedra foi usada parece ter mudado de maneira ritualística ao longo do tempo. Os fragmentos, incluindo a descoberta inicial de 2021, foram encontrados junto a restos humanos cremados, permitindo a confirmação de que são os mais antigos já documentados. A datação por radiocarbono indicou que os fragmentos são datados entre 50 a.C. e 275 d.C.

Em um comentário sobre a escassez de pedras rúnicas em contextos arqueológicos claramente datáveis, uma das coautoras do estudo mencionou que havia poucas evidências concretas sobre a utilização inicial da escrita rúnica. Os fragmentos trazem também novos mistérios, incluindo marcas rúnicas enigmáticas que têm se mostrado difíceis de traduzir, além de pistas sobre as identidade dos gravadores.

As inscrições rúnicas foram encontradas em diversos objetos, como um pente de osso e uma faca de ferro. Traduzir as runas representa um desafio, uma vez que as línguas germânicas variaram ao longo do tempo. Especialistas afirmam que as pedras rúnicas provavelmente tinham funções cerimoniais e práticas. A equipe que estava em campo começou a investigar o sítio de Svingerud em decorrência de escavações de resgate necessárias para a construção de uma nova rodovia e ferrovia em Hole, município localizado a 40 quilômetros a noroeste de Oslo.

As inscrições descobertas são intrigantes, refletindo múltiplos atos de gravação. Algumas marcam tentativas de escrita e motivos ornamentais, dificultando a determinação de quando as distintas inscrições foram feitas. Uma sequência na pedra Svingerud, conhecida como pedra Hole 2, destaca um nome que provavelmente é a palavra “Idiberug”, sugere-se que poderia ser um nome feminino. A pedra Hole 3 apresenta uma inscrição que parece ser a assinatura do gravador, iniciando com “Eu”, seguido pelo nome do escriba e um verbo indicando a ação de escrever.

Os pesquisadores enfatizam as dificuldades em identificar o nome do gravador devido às runas desgastadas. A terminação -u no nome sugere que poderia ser um nome feminino, representando uma potencial descoberta da primeira escriba rúnica conhecida. A pesquisa ainda está em andamento para descobrir mais sobre fragmentos recém-descobertos.

No sítio Svingerud, inicialmente eram conhecidos três túmulos, mas novas escavações revelaram cremações dentro de uma elevação e duas sepulturas rasas. Os pesquisadores encontraram ossos cremados, carvão e outros itens funerários, além de uma laje de pedra com escrita rúnica. As escavações continuaram e outros objetos funerários foram descobertos, incluindo cerâmica e fragmentos de jóias.

Os fragmentos de pedras rúnicas encontrados na região levantam questões sobre como essas pedras foram utilizadas para memorializar nomes de indivíduos ao longo do tempo. A pesquisa atual sugere que a pedra Svingerud, esculpida com runas e posteriormente destruída antes de receber novas inscrições, pode desafiar a visão tradicional sobre o propósito das pedras rúnicas. As descobertas feitas pela equipe de pesquisa estão ampliando o conhecimento sobre essas inscrições rúnicas e sua aplicação no contexto funerário.

A Dra. Lisbeth Imer, uma especialista em runas, entende que o ambiente de sepultamento e a datação por carbono-14 proporcionam uma oportunidade única para compreender melhor estas inscrições, localizando-as dentro de uma cronologia mais precisa. A datação da pedra Svingerud, entre 50 a.C. e 275 d.C., coincide com outras evidências de inscrições rúnicas encontradas em materiais e objetos de épocas semelhantes.

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