A Alemanha realizará eleições antecipadas para o parlamento, conhecido como Bundestag, no próximo domingo (23). Esse pleito ocorre após a colapso da coalizão governamental, provocado por desavenças relacionadas à economia do país em novembro do ano anterior. A crise política resultou em um voto de desconfiança, proposto pelo chanceler Olaf Scholz, que não obteve sucesso. Em consequência, o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, decidiu pela dissolução da Câmara Baixa do Parlamento, convocando novas eleições para a formação de um governo.
Em preparação para as eleições, a Alemanha expressou preocupações sobre campanhas de desinformação oriundas da Rússia. As informações sobre o processo eleitoral estão disponíveis para o público, esclarecendo como as eleições irão se desenrolar. A situação política também destaca o avanço do partido de extrema-direita, Alternativa para a Alemanha (AfD), entre os jovens eleitores.
No sistema eleitoral alemão, a população não elege diretamente o chanceler. Os cidadãos votam para escolher os representantes do Bundestag a cada quatro anos. Todos os indivíduos com 18 anos ou mais que residem no país há pelo menos três meses estão aptos a votar, incluindo aqueles que vivem fora da Alemanha. Para estas eleições, aproximadamente 2,3 milhões de eleitores votarão pela primeira vez. O Bundestag contará com 630 membros, e as seções eleitorais estarão abertas das 08h às 18h no horário local, com a divulgação dos primeiros resultados de boca de urna iniciando logo após o fechamento das urnas. A contagem dos votos ocorrerá de forma manual, e o resultado oficial preliminar será divulgado na manhã seguinte.
O processo de votação na Alemanha envolve dois votos. O primeiro é destinado a escolher um candidato, que pode ser vinculado a um partido ou não, dentro do distrito eleitoral do eleitor. A Alemanha é dividida em 299 distritos para a votação federal. O segundo voto é dado ao partido preferido; o número de votos que um partido recebe determina o total de assentos que ocupará no Bundestag. Um total de 29 partidos está participando das eleições, embora nem todos estejam competindo em todos os estados federais. Para ter representação no Bundestag, um partido deve obter pelo menos 5% dos votos. Após a definição dos parlamentares, esses se reúnem em coalizões para formar uma maioria e eleger o novo chanceler.
Recentemente, as pesquisas de intenção de voto mostraram uma leve queda do bloco conservador CDU/CSU, liderado por Friedrich Merz, que obteve 29% na última pesquisa da Forsa. Em contrapartida, a Alternativa para a Alemanha (AfD) subiu um ponto para 21%. Os social-democratas do chanceler Olaf Scholz também registraram um pequeno declínio, alcançando 15%. Os Verdes e os Democratas Livres (FDP) mantiveram seus percentuais, com 13% e 5%, respectivamente. Dado o contexto histórico da Alemanha e a resistência em colaborar com a AfD, a última pesquisa indica que será desafiador para as outras formações partidárias alcançarem uma maioria. Assim, Merz poderá ser forçado a buscar uma coalizão envolvendo três partidos, o que complicaria as negociações. Isso pode resultar em um atraso nas decisões importantes para o futuro da economia, colocando Scholz em uma posição de interinidade sem capacidade de ação significativa.