23 fevereiro 2025
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Bolsonaro e Braga Netto: Estratégias para Conquistar o Voto do Povo

Com um Supremo Tribunal Federal (STF) conhecido por sua resistência ao ex-presidente Jair Bolsonaro, orientações foram dadas ao ex-mandatário e seus aliados no Congresso para desacreditar o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. Esse acordo é central nas acusações que colocam Bolsonaro como líder de uma organização criminosa, acusada de conspirar para assassinar opositores políticos, anular o resultado de uma eleição legítima e abolir o regime democrático no Brasil. Fontes jurídicas indicam que a defesa de Bolsonaro buscará uma “unidade de discurso” ao contestar as declarações de Cid.

Inicialmente, as defesas planejam explorar as inconsistências nas diversas versões apresentadas por Cid. Um ponto relevante é que durante uma das audiências, o ministro Alexandre de Moraes informou ao tenente-coronel que as evidências obtidas na investigação contradiziam seus depoimentos anteriores, sugerindo que ele estaria proferindo “uma série de mentiras na colaboração premiada”.

Moraes também advertiu que, se a delação fosse anulada, os familiares de Cid poderiam enfrentar responsabilidade legal. Após essa revelação, Bolsonaro comentou ironicamente sobre a situação, referindo-se à “democracia pujante e inabalável”. Esses elementos tornam a colaboração de Cid um tema crucial nas estratégias de defesa de Bolsonaro até o desfecho do processo.

Os advogados do ex-presidente também argumentarão que Mauro Cid foi submetido a pressão para delatar e alterar suas versões, adequando-se à narrativa da Polícia Federal e do Ministério Público. Em áudios divulgados, o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro afirmou ter sido mal interpretado pela Polícia Federal e alegou não ter usado o termo “golpe” ao fazer acusações contra os implicados.

Nos primeiros depoimentos sob a delação, Cid reconheceu que tentou proteger o general Braga Netto, atualmente investigado por planejar ações clandestinas contra a chapa vencedora nas eleições e por financiar operações para sequestrar e assassinar o ministro Alexandre de Moraes. As defesas acreditam que esses elementos podem invalidar o acordo de delação.

Além disso, os advogados de Bolsonaro basearão sua defesa na falta de provas concretas de que o ex-presidente teria dado ordens verbais para promover um golpe, como mensagens, gravações ou áudios que o incriminem por incitar as Forças Armadas a participar de tais atos. Serão explorados também aspectos secundários da delação, como a falsificação de cartões de vacinação, na tentativa de deslegitimar as alegações feitas por Cid e pleitear a anulação do acordo judicial. Caso consigam demonstrar que Cid mentiu em uma questão considerada menor, como o caso dos cartões de vacina, a defesa espera que isso suscite dúvidas sobre a credibilidade de suas declarações em relação ao planejamento de um golpe que comprometeria a democracia no país.

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