O Ministério Público de São Paulo apresentou uma denúncia contra Danielle Bezerra dos Santos, esposa do policial civil Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, no âmbito de um inquérito que investiga a morte de Vinícius Gritzbach. Gritzbach era um empresário notório por ser colaborador da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A acusação sustenta que Danielle tem vínculos com o PCC, sendo acusada de lavar recursos oriundos do crime organizado através de empresas de fachada que opera em conjunto com seu marido.
De acordo com a denúncia, Rogério e Danielle atuaram em coordenação, ocultando a origem, movimentação e propriedade de valores provenientes de diversos crimes associados à organização criminosa. As atividades ilícitas foram realizadas por meio da empresa Aipa Serviços para Eventos. Além do casal, outras dez pessoas também foram denunciadas pelo Ministério Público.
Além das acusações, o Ministério Público solicitou que cada um dos réus pague um valor mínimo de R$ 40 milhões, referente ao “dano causado pelos crimes cometidos”, bem como compensação por danos morais coletivos e danos sociais. Rogério, também denunciado, teria extorquido Gritzbach e se apropriado de relógios de luxo pertencentes ao empresário, além de estar envolvido em lavagem de dinheiro e corrupção.
Na documentação, foi afirmado que a prisão de Danielle é necessária para “resguardar a instrução criminal, evitando a destruição de provas e a coação de testemunhas”. A denúncia destaca ainda que Danielle teria cobrado dívidas de ex-parceiros que pertenciam ao PCC, incluindo Felipe Geremias dos Santos, conhecido como Alemão, que foi assassinado em 2019, e Janeferson Aparecido Mariano Gomes, apelidado de Nefo, que foi morto a facadas no ano passado dentro da Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, conhecida como P2.
O assassinato de Vinícius Gritzbach ocorreu nas proximidades do Terminal 2 do Aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, com a Polícia Militar confirmando disparos por volta das 16h10 do dia 8 de novembro de 2024. Relatos indicam que cerca de cinco indivíduos desembarcaram de um veículo preto e realizaram os disparos contra Gritzbach. Um carro com características semelhantes foi encontrado abandonado em uma avenida adjacente ao aeroporto.
Filmagens do circuito de segurança do aeroporto revelam dois homens descendo de um veículo na área de embarque e desembarque, enquanto o empresário se preparava para entrar em outro carro. Gritzbach percebeu o movimento após o primeiro disparo e tentou saltar uma mureta, mas acabou sendo atingido pelos disparos.
