24 fevereiro 2025
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Conservadores Dominam as Eleições na Alemanha

Friedrich Merz, candidato da União Democrata Cristã (CDU), recebeu 28,5% dos votos nas eleições legislativas, conquistando a vitória. A Alternativa para a Alemanha (AfD), de extrema direita, obteve o segundo lugar com 20,8%.

As eleições, realizadas no último domingo (23), foram marcadas por uma participação recorde da extrema direita e são consideradas cruciais para a Europa, que enfrenta incertezas devido à influência dos Estados Unidos sob a presidência de Donald Trump. Merz, líder conservador, iniciou as negociações para a formação de uma coalizão de governo, enfatizando que “o mundo não está nos esperando”.

Ele alertou sobre o risco de impasse político em Berlim, em um momento em que a economia alemã está em recessão e a sociedade está dividida após uma campanha eleitoral polarizadora. Merz destacou a necessidade de uma Europa Unida fortalecer sua defesa e expressou a falta de expectativas em relação a futuros desenvolvimentos dos Estados Unidos.

Os partidos conservadores CDU/CSU superaram os social-democratas (SPD), liderados pelo chanceler Olaf Scholz, e os Verdes, enquanto a AfD, com sua plataforma anti-imigração, registrou um número recorde de votos. Apesar da campanha intensamente focada em questões migratórias, Merz precisará negociar com seus concorrentes para formar um governo.

Os resultados preliminares das eleições são os seguintes:
1. CDU-CSU: 28,6%
2. AfD: 20,8%
3. SPD: 16,4%
4. Verdes: 11,6%
5. Esquerda: 8,8%
6. BSW: 4,97%
7. FDP: 4,3%
Outros: 4,5%

O SPD participará das negociações sem Scholz, que assumiu a responsabilidade pela derrota. O ministro da Defesa, Boris Pistorius, deve ter um papel mais ativo. Merz, um advogado de 69 anos, defendeu a abordagem rígida adotada na campanha, mas adotou um tom conciliador ao afirmar que “agora devemos conversar entre nós”.

Merz expressou a urgência de formar um governo estável rapidamente, com uma maioria sólida, esperando concretizar isso até meados de abril. Ele também terá que estabelecer comunicação com Trump, que tem causado inquietação em relação à Ucrânia e despertado preocupações entre os aliados europeus. Trump elogiou a vitória dos conservadores, referindo-se a ela como um “grande dia para a Alemanha e para os Estados Unidos”.

O secretário-geral da Otan também parabenizou Merz e destacou a importância do compromisso europeu com a defesa. O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, manifestou sua esperança de colaborar com Merz para fortalecer a Europa.

A ascensão da AfD foi vista como um sinal de alerta por eleitores, que exigem mudanças. Embora alguns, como Reinhardt Schumacher, considerem o partido extremo demais, reconheceram que as motivações dos eleitores não podem ser ignoradas. A AfD conseguiu destacar suas questões durante a campanha, em meio a um ambiente tenso marcado por ataques violentos no país.

Merz e líderes de outros grandes partidos prometeram deixar a AfD de fora do governo, criando um “muro de proteção”. A campanha eleitoral foi afetada pelas ações e declarações do presidente dos Estados Unidos, bem como pela influência de seu círculo próximo, que apoiou a extrema direita.

O apoio do vice-presidente americano e de figuras influentes como Elon Musk à AfD ampliou a visibilidade do partido de extrema direita. As eleições ocorreram um dia antes do terceiro aniversário da invasão russa à Ucrânia, um evento que teve profundo impacto na Alemanha, que agora abriga mais de um milhão de ucranianos devido ao conflito.

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