A atual ministra da Saúde emitiu uma comunicação informando que continuará exercendo suas atividades normalmente, mesmo diante das incertezas sobre a permanência em seu cargo.
O governo federal está prestes a implementar uma reforma ministerial, com ênfase no Ministério da Saúde, liderado por Nísia Trindade. Embora a ministra esteja enfrentando um processo de desgaste, ela confirma que seguirá cumprindo suas obrigações. O Ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, é considerado um potencial sucessor. O presidente Lula está em busca de nomes que se comprometam a ficar no cargo até o término do mandato, evitando escolhas que tenham ambições políticas para o próximo ano, em razão da necessidade de desincompatibilização.
O Ministério da Saúde é crucial dentro da estrutura governamental, possuindo um orçamento substancial. De acordo com o cientista político Rubens Figueiredo, a substituição de um nome técnico por um profissional da saúde com experiência política e alinhamento partidário não é uma surpresa. A busca por apoio no Congresso Nacional e a composição da base aliada, que conta com a participação de 15 a 18 partidos, complicam a situação. Para assegurar a governabilidade em um sistema presidencialista de coalizão, o governo precisa abrir espaço para aliados, especialmente o centrão.
O presidente Lula tem reiterado que a decisão sobre eventuais mudanças ministeriais é de sua competência. Apesar das pressões, ainda não foi estabelecida uma data para os anúncios. Na semana passada, ao fazer elogios ao Ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa, Lula reconheceu que nem sempre faz escolhas acertadas a respeito de seus ministros, embora não tenha mencionado diretamente Nísia Trindade. Esse comentário surgiu após relatos sobre a insatisfação do presidente em relação à gestão de algumas políticas sociais, como o combate à dengue.