O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cesar Barbosa Cid, foi gravado em um áudio divulgado pela Polícia Federal, no qual afirma a presença de pessoas infiltradas em diversas localidades. O contexto da gravação se relaciona a uma tentativa de identificar falhas nas urnas eletrônicas. Esse material foi obtido de aparelhos eletrônicos apreendidos durante uma investigação que resultou na denúncia de 34 indivíduos por ações contra o Estado Democrático de Direito. A apresentação dessa denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal Federal.
Na gravação, Cid menciona a existência de infiltrados que estavam monitorando a situação e fornecendo informações, além de colaborar na investigação. O conteúdo do áudio integra um inquérito que investiga um suposto plano de golpe de Estado após a eleição presidencial de 2022, na qual Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito.
Ele continua, ressaltando que estavam recebendo apoio de especialistas em tecnologia da informação e hackers. Cid comenta que, se um hacker conseguir identificar a origem e a entrada em um sistema, essa informação poderia ser crucial para o sucesso de seus objetivos. Contudo, segundo ele, no momento da gravação, não havia elementos que pudessem dar início a uma investigação formal sobre as alegações levantadas.
Em relação ao decreto que teria sido elaborado com a intenção de desestabilizar o governo, um general da reserva mencionou que Bolsonaro não considerava a diplomação de Lula como um obstáculo para esse suposto golpe. Além disso, a análise da situação política revelou um país dividido, refletindo o embate eleitoral entre Lula e Bolsonaro em 2022.
Em depoimentos, Cid revelou que Bolsonaro exerceu pressão sobre o general Paulo Sérgio Nogueira, na época do Ministério da Defesa, para que elaborasse um relatório que indicasse fraude nas eleições. Inicialmente, o general chegou à conclusão de que não havia evidências de fraude, mas enfrentou pressão para redigir o documento de forma a apoiar a narrativa de irregularidades. Cid afirma que o que foi finalmente produzido indicava que não era possível comprovar a fraudulência, pois a auditoria das eleições não era viável.