Às vésperas de se apresentar à Polícia Federal, o ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, negou as acusações de assédio feitas pela ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Almeida afirmou que Anielle “se perdeu em seu personagem”.
Em resposta às alegações, durante a tarde desta segunda-feira (24), a ministra contestou as afirmações do ex-ministro em uma declaração publicada nas redes sociais. Anielle argumentou que Almeida optou por “atacar” e “desqualificar” as denúncias em vez de enfrentá-las adequadamente. Ela ressaltou que essa abordagem não apenas perpetua o ciclo de violência, mas também intimida outras possíveis vítimas a se pronunciarem.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar as denúncias contra Almeida, em que as ações referentes à ministra devem ser classificadas como importunação sexual. A ministra enfatizou que o direito à defesa deve ser respeitado, mas que não pode ser utilizado como uma forma de desinformação ou para revitimização das denúncias. Ela classificou como repulsiva qualquer insinuação de retaliações contra aqueles que denunciam crimes.
Anielle Franco reafirmou que a importunação sexual não se trata de uma questão política, mas sim de um crime grave. Ela expressou confiança na seriedade das investigações da Polícia Federal e destacou seu compromisso com a defesa das vítimas, além do combate à violência de gênero e raça.
Silvio Almeida foi demitido do Ministério em decorrência das acusações de assédio sexual. A organização Me Too Brasil também reportou ter recebido denúncias, indicando que a ministra da Igualdade Racial estaria entre as alegadas vítimas. Anielle já havia prestado depoimento em outubro do ano anterior, quando forneceu detalhes sobre as acusações.