Yoon Suk Yeol, presidente suspenso da Coreia do Sul, participa nesta terça-feira (25) da sessão final no Tribunal Constitucional, onde os juízes decidirão se ele será destituído oficialmente do cargo devido a sua tentativa fracassada de impor a lei marcial. A breve interrupção do comando civil gerou um cenário de instabilidade política em um país com governo democrático. O presidente foi removido de sua posição pelo Parlamento em dezembro.
O presidente, de 64 anos, não esteve presente na audiência, que segue semanas de tensas deliberações no tribunal superior. Durante as audiências, a defesa de Yoon fez referência a uma decisão da Suprema Corte dos Estados Unidos de 2024, argumentando que um presidente destituído não deve ser punido por “exercer seus poderes constitucionais”. O advogado de Yoon, Lee Dong-chan, afirmou que essa decisão deve ser levada em consideração no contexto do processo de impeachment.
Em contrapartida, o advogado da oposição, Lee Gum-gyu, fez um apelo emocionado, mencionando seu filho, um soldado em serviço ativo, que, segundo ele, teria que participar de uma possível imposição da lei marcial. Ele expressou seu sentimento de raiva e traição em relação a Yoon, que teria, segundo suas palavras, tentado transformar seu filho em um soldado sob lei marcial. Após a audiência, os oito juízes do tribunal decidirão em privado o futuro do presidente sob processo de impeachment, com analistas antecipando uma resolução para meados de março.
Protestos a favor de Yoon ocorreram em frente ao tribunal, com manifestantes criticando o procedimento de destituição. Caso a destituição seja aprovada, a Coreia do Sul será obrigada a marcar novas eleições presidenciais dentro de 60 dias. Yoon tinha declarado estado de lei marcial em 3 de dezembro, mas a medida durou apenas seis horas, sendo revogada pelo Parlamento após a entrada de parlamentares na sede legislativa, mesmo com a presença de soldados enviados pelo presidente para bloquear o acesso.
Desde sua detenção em janeiro, Yoon está preso enfrentando acusações de insurreição, que podem levar a uma pena de prisão perpétua ou até à morte. O julgamento relacionado a essas acusações teve início na semana passada.