O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que está disposto a deixar seu cargo caso sejam implementadas medidas consideradas excessivas. Segundo fontes, Fávaro deixa claro que não pode concordar com a imposição de taxas sobre exportações do setor agropecuário.
A Câmara dos Deputados aprovou, recentemente, a urgência para um projeto que libera recursos de emendas não pagas, enquanto alguns ruralistas têm optado por não discutir diretamente com Fávaro, afirmando que a interlocução será com o Ministério da Fazenda. Lula tem convocado antigos aliados para discutir a coordenação do governo.
Fávaro expressou a seus auxiliares que há uma crescente pressão interna e entre a bancada do PT no Congresso por medidas como a criação de impostos ou cotas para exportações de produtos alimentícios, como carnes. Apesar das tensões entre o agronegócio e a atual administração, o ministro mantém sua lealdade ao governo. Todavia, ele sublinha que não aceitará medidas que envolvam tributação nas exportações.
A elevação no preço dos alimentos gerou discussões no gabinete presidencial e na Casa Civil no início do ano. Após um período de tranquilidade, a questão voltou a ser debatida recentemente em razão da suspensão das linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra. Tanto a Frente Parlamentar da Agropecuária quanto a Confederação Nacional da Agricultura manifestaram críticas a essa decisão, levando Fávaro a se pronunciar a respeito. Em uma entrevista, ele afirmou que a Frente Parlamentar da Agropecuária se tornou uma oposição ao governo.
Na última segunda-feira, o governo federal anunciou uma medida provisória que libera um crédito extra de R$ 4,1 bilhões para garantir contratações de crédito do Plano Safra 2024-2025, mitigando a situação. No entanto, Fávaro reafirma que sua disposição de deixar o governo está atrelada à rejeição de quaisquer impostos sobre exportações ou cotas para produtos como soja, milho, carne e etanol.
