A NASA está prestes a lançar um observatório em formato de megafone em uma missão com o objetivo de aprofundar a compreensão sobre os eventos que ocorreram imediatamente após o Big Bang, além de identificar reservatórios de água na Via Láctea. O lançamento do telescópio espacial SPHEREx está agendado para sexta-feira (28) e será realizado a bordo de um foguete Falcon 9, da SpaceX, a partir da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, Estados Unidos.
O SPHEREx, que significa Espectrofotômetro para a História do Universo, Época de Reionização e Explorador de Gelos, tem como missão responder a questionamentos sobre a origem do universo, ao mesmo tempo em que mapeia a distribuição de galáxias. Em uma escala mais próxima, o observatório também buscará reservatórios de água congelada na superfície de grãos de poeira interestelar dentro de grandes nuvens de gás e poeira que são precursoras de estrelas e planetas. Com uma duração estimada de dois anos, a missão pretende coletar dados sobre mais de 450 milhões de galáxias e mais de 100 milhões de estrelas na Via Láctea, enquanto investiga as origens do cosmos. Além disso, o SPHEREx pretende criar um mapa tridimensional do universo utilizando 102 cores.
O objetivo da missão é obter informações sobre a inflação cósmica, um fenômeno que descreve a rápida e exponencial expansão do universo a partir de um único ponto em um intervalo de tempo reduzido após o Big Bang, que ocorreu há cerca de 13,8 bilhões de anos. Em comparação, a Terra possui aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Especialistas afirmam que existem evidências sólidas de que a inflação realmente ocorreu, embora os detalhes da física que a sustentam ainda sejam incertos.
O especialista Olivier Dore, do Instituto de Tecnologia da Califórnia e do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, comentou que ao mapear a distribuição de galáxias pelo céu, será possível determinar diretamente as propriedades associadas à inflação. Ele destacou a relevância de conectar essa distribuição de galáxias à física da inflação como sendo um feito significativo e quase mágico.
Jim Fanson, gerente do projeto SPHEREx no Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, descreveu a inflação cósmica como uma estrutura consensual para esclarecer aspectos do universo observados em grandes escalas, sugerindo que o universo passou por uma expansão trilionária em uma fração de segundo após o Big Bang.
Além de suas funcionalidades de mapeamento, o SPHEREx será capaz de captar imagens em todas as direções ao redor da Terra, dividindo a luz de bilhões de fontes cósmicas, incluindo estrelas e galáxias, em comprimentos de onda para determinar sua composição e distância. Outro foco de atenção do telescópio será a medição do brilho coletivo da luz do espaço entre as galáxias.
Ademais, o telescópio realizará a busca por água e moléculas, como dióxido de carbono e monóxido de carbono, congeladas na superfície de grãos de poeira em nuvens moleculares, que são áreas densas de gás e poeira no espaço interestelar. Acredita-se que esses reservatórios de gelo sejam os locais onde a maioria da água do universo se forma e se acumula.
