O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra da Saúde, Nísia Trindade, se encontram em um contexto marcado por um aumento histórico no número de mortes devido à dengue no Brasil. A recente troca de ministros, que inclui a saída de Nísia, levanta questões sobre o comprometimento do chefe do Executivo com seus auxiliares mais próximos, especialmente no que se refere às mulheres em posições de destaque no governo.
Nísia Trindade é uma profissional com um currículo respeitável e uma trajetória significativa na presidência da Fundação Oswaldo Cruz entre 2017 e 2022. Contudo, a sua demissão é vista por muitos como um reflexo da falta de consideração do presidente por figuras femininas que representam avanços na ciência e na saúde pública. Em um evento realizado no Palácio do Planalto no dia 25, onde foi anunciada a primeira vacina brasileira de dose única contra a dengue, tentativas foram feitas para moldar essa troca ministerial como uma homenagem à ex-ministra. No entanto, tal interpretação é amplamente contestada.
Além da demissão de Nísia, outro ponto que gera preocupação é a substituição do ministro das Comunicações, onde a saída também ocorreu sem um reconhecimento adequado da contribuição do ex-ministro. Essa situação não é nova; durante seu terceiro mandato, Lula já havia demonstrado um padrão similar ao trocar Ana Moser, uma ex-atleta de destaque, por André Fufuca, que não é percebido como um representante adequado para os interesses do esporte no país.
Analisando as circunstâncias de maneira crítica, observa-se que a maneira como essas transições foram conduzidas revela um padrão de desrespeito com figuras femininas em ministérios chave. As decisões tomadas pelo governo não somente provocam reações adversas em diversos setores da sociedade, mas também perpetuam a imagem de um governo que não aprende com os erros do passado.