A figurinista Claudia Kopke, reconhecida por seu trabalho na TV, cinema e publicidade desde a década de 1980, é a responsável pelos figurinos do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, que está na disputa pelo Oscar 2025. O longa, que tem em seu elenco Fernanda Torres e Selton Mello, já atingiu a marca de 5 milhões de espectadores, consolidando-se como uma das obras de maior sucesso da história do cinema brasileiro.
Kopke tem uma vasta experiência em grandes produções, incluindo a Olimpíada do Rio de Janeiro em 2016 e o aclamado “Tropa de Elite”. Seu trabalho é conhecido por emprestar autenticidade a cada vestuário, que encapsula histórias e emoções variadas. A figurinista revelou que, embora conhecesse Walter Salles há anos, esta foi a primeira vez que colaboraram. Ela expressou sua honra ao receber o convite dos produtores Maria Carlota e Rodrigo Teixeira e compartilhou sua emoção ao assistir ao filme durante a estreia no Festival de Cinema de Veneza em agosto de 2024.
Para criar os figurinos de “Ainda Estou Aqui”, que transportam o público para o Rio de Janeiro da década de 1970, Claudia conduziu um estudo detalhado sobre o período. Ela comentou que após a leitura do roteiro, a equipe mergulhou em imagens da época para desenvolver a identidade visual dos personagens, além de se apoiar em suas próprias memórias, já que viveu os anos 1970 e recordou a confecção de roupas na costureira.
Fora das câmeras, Claudia elogiou a sensibilidade e a entrega dos atores como fundamentais para o sucesso do filme. Valentina Herszage, que interpreta Veroca, foi uma das personagens desenvolvidas primeiro, por conta de sua filmagem em Londres, e a interação entre elas foi bastante positiva. A relação com Fernanda Torres também foi destacada, com a figurinista citando uma declaração da atriz sobre a conexão intrínseca entre figurino e atuação.
Claudia enfatizou a importância do figurino em um filme, ressaltando que, junto à direção de arte, ajuda a estabelecer o contexto temporal e social da história. Assim como muitos brasileiros, ela demonstra apoio e entusiasmo pela possibilidade de reconhecimento no Oscar 2025.
Por fim, Claudia relembrou uma fala de Walter Salles sobre a essência coletiva do cinema, na qual ele mencionou um princípio de Andrei Tarkovsky sobre a colaboração intensa de todos os envolvidos em uma produção, citando que, neste projeto, todos estavam conectados de maneira significativa.