As autópsias preliminares realizadas em Gene Hackman e sua esposa, Betsy Arakawa, revelaram a ausência de “trauma externo” em ambos os indivíduos, de acordo com informações do Gabinete do Xerife do Condado de Santa Fé, divulgadas na quinta-feira (27). O casal foi encontrado sem vida em sua residência no Novo México na quarta-feira (26), ao lado de seu cachorro. Hackman tinha 95 anos. Até o momento, a forma e a causa das mortes não foram determinadas, configurando-se como uma investigação ainda em aberto. Relatórios oficiais de autópsia e toxicologia ainda estão pendentes, conforme comunicado das autoridades. Exames de monóxido de carbono e toxicologia foram requisitados para ambos, conforme mencionado na nota.
Apesar de não haver suspeitas de crime inicialmente, as autoridades do Novo México não descartaram essa possibilidade. Um delegado do xerife salientou que as circunstâncias em torno das mortes eram “suspeitas o suficiente para exigir uma busca e investigação completas”, segundo informações obtidas por meio de um mandado de busca. A investigação preliminar não encontrou indícios de vazamento de monóxido de carbono ou gás natural, conforme relatado no documento.
O pedido para o mandado de busca incluiu a autorização para procurar por materiais combustíveis, substâncias controladas, armas, DNA e outras evidências relevantes. Não está claro se uma busca mais abrangente já foi realizada ou se foram coletadas evidências adicionais. Os relatórios do legista, que determinam a causa final da morte, costumam levar de quatro a seis semanas para serem elaborados, conforme declarado por um porta-voz do escritório do investigador médico do Novo México.
Em uma declaração familiar, as filhas e neta de Hackman expressaram que a família está “devastada pela perda”. Elas detalharam que é com “grande tristeza” que anunciam o falecimento do ator e de sua esposa, ressaltando que, embora ele fosse admirado mundialmente por sua carreira, para eles ele sempre será lembrado como pai e avô, e que farão muita falta a ele.
Durante sua carreira de mais de cinquenta anos, Hackman conquistou dois Oscars e recebeu cinco indicações. Suas performances em filmes como “The French Connection”, “Hoosiers”, “Unforgiven” e “The Firm” elevaram seus papéis a patamares significativos. Os melhores papéis de Hackman muitas vezes retratavam figuras de autoridade complexas ou antagonistas astutos, como o famoso Lex Luthor na série de filmes “Superman” nas décadas de 1970 e 1980.
Ele ganhou o primeiro Oscar pela interpretação do policial Popeye Doyle em “The French Connection” de 1971, por um detetive que, apesar de ser bem-sucedido, enfrenta consequências elevadas por seus métodos. No filme “The Conversation” de 1974, sua atuação como um especialista em vigilância tornou-se obsessiva e o distanciou da realidade. O segundo Oscar veio por sua atuação como Little Bill Daggett, o xerife violento no aclamado “Os Imperdoáveis” de Clint Eastwood, lançado em 1992.
Celebridades e fãs começaram a prestar homenagens nas redes sociais à icônica figura de Hollywood que se aposentou da atuação aos 74 anos. Em 2004, Hackman afirmou em uma entrevista que sua carreira provavelmente havia chegado ao fim, não aceitando mais trabalhos diante das câmeras. Após se retirar, ele residiu em Santa Fé com sua esposa, uma ex-pianista clássica, mantendo uma vida discreta. O ator era pai de três filhos de seu casamento anterior com Faye Maltese, que faleceu em 2017.