A Fuvest, principal ingresso para a Universidade de São Paulo (USP), recebeu autorização para incluir diferentes gêneros textuais na redação do vestibular, além do tradicional modelo de dissertação que predominou por décadas. A instituição está atualmente definindo o formato que será adotado no exame de 2026 e já convidou estudantes interessados a participar de um simulado em abril, onde terão a oportunidade de redigir tanto uma dissertação quanto outro tipo de texto.
O simulado servirá para medir o desempenho dos candidatos em diferentes gêneros textuais e a abordagem da banca corretora em relação aos novos formatos, conforme declarado por Gustavo Mônaco, diretor-executivo da Fuvest. Ele destaca que a mudança representa uma significativa ampliação nas possibilidades de cobrança nos vestibulares, uma vez que, no passado, a Fuvest já aceitou outros estilos de redação.
Além disso, a lista de obras obrigatórias para o vestibular também foi alterada, agora composta exclusivamente por livros cujas autoras são mulheres. A nova lista não se limita à literatura, incluindo ao menos uma obra de caráter não literário. Segundo Mônaco, a seleção abrange autoras de diversas origens, como Brasil, Portugal e países africanos, como Moçambique e Angola, com a intenção de oferecer aos candidatos uma perspectiva diversificada da tradição literária.
Em outra inovação, a Fuvest lançou sua nova identidade visual, que inclui um logotipo revisado e uma tipografia aprimorada, buscando oferecer um ambiente de prova mais agradável e intuitivo. A expectativa é que essas mudanças melhorem a experiência dos candidatos, permitindo maior concentração durante a prova.
Um novo website também foi inaugurado, com um design que visa proporcionar uma experiência mais moderna e funcional, em linha com a nova identidade visual da instituição. Em dezembro de 2024, a USP já havia anunciado uma alteração no formato da prova, que deixará de ser dividida em disciplinas tradicionais, como português e química, para ser organizada em quatro áreas, similar ao formato do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Essa estrutura busca integrar questões interdisciplinares, afastando-se da cobrança de conteúdos específicos de cada disciplina.
A nova lista de obras obrigatórias para a Fuvest 2026 é a seguinte:
– Opúsculo Humanitário (1853) – Nísia Floresta
– Nebulosas (1872) – Narcisa Amália
– Memórias de Martha (1899) – Júlia Lopes de Almeida
– Caminho de Pedras (1937) – Rachel de Queiroz
– O Cristo Cigano (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen
– As Meninas (1973) – Lygia Fagundes Telles
– Balada de Amor ao Vento (1990) – Paulina Chiziane
– Canção para Ninar Menino Grande (2018) – Conceição Evaristo
– A Visão das Plantas (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida
O novo logotipo do vestibular apresenta um formato circular, simbolizando um ciclo importante na vida acadêmica dos estudantes, que é a transição do ensino médio para a educação superior. Essa mudança reflete a constante evolução dos candidatos no processo de seleção, uma vez que a prova não apenas classifica alunos para a graduação na USP, mas também para programas de pós-graduação e outras modalidades.
Com o slogan “vencerás pela educação”, adaptado do lema universitário “vencerás pela ciência”, a nova identidade enfatiza o “V” de vitória como um símbolo central, representando tanto o sucesso pessoal dos candidatos quanto o compromisso com a justiça social por meio da educação. A escolha pelo destaque na expressão “Fuv” na palavra “Fuvest” também é significativa, uma vez que os vestibulandos frequentemente se referem à prova dessa forma nas redes sociais.
Essa mudança de identidade englobará uma nova tipografia, que será utilizada em todas as comunicações da marca e nas provas realizadas pela Fuvest. A nova identidade visa não apenas uma reformulação estética, mas também reafirmar o compromisso da instituição com a excelência, transparência e democratização do acesso à educação de qualidade.