O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prestes a assinar um decreto que tornará o inglês a língua oficial do país. Essa medida proíbe a utilização de qualquer outro idioma nas comunicações dos órgãos federais, conforme informações divulgadas por uma fonte da Casa Branca. O objetivo declarado da ação é a promoção da unidade, embora ocorra em um cenário de crescente retórica anti-imigração e fortalecimento de políticas restritivas.
Apesar de o inglês ser amplamente falado em todo o território americano, os Estados Unidos não adotaram uma língua oficial em sua Constituição. Essa ausência de formalização reflete a tradição do país de integrar imigrantes de várias partes do mundo, permitindo que eles preservem suas línguas e culturas ao mesmo tempo em que se adaptam ao inglês.
O decreto em questão é mais do que um simples ato simbólico. Ele expressa a agenda do presidente para reforçar a identidade nacional e limitar o apoio do governo federal a imigrantes que não possuem fluência em inglês. A nova norma revoga uma exigência implementada pelo ex-presidente Bill Clinton, que obrigava órgãos públicos a oferecerem serviços em diversas línguas. Essa alteração pode impactar diretamente a interação de imigrantes com serviços essenciais, como saúde, educação e assistência social, afetando em especial comunidades latino-americanas, que constituem cerca de 19% da população dos EUA, além de grandes grupos de falantes de chinês, árabe e outras línguas.
Durante a campanha presidencial de 2016, Trump expressou críticas a figuras como Jeb Bush, seu rival republicano, que utilizava o espanhol em sua comunicação política. Em uma coletiva de imprensa realizada em Nova York, Trump destacou: “Somos uma nação que fala inglês”.