O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores do Amapá, fez uma declaração que diminui a importância da avaliação técnica feita pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que tem o potencial de impedir a licença ambiental para a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas pela Petrobras. Na quinta-feira, 27, especialistas do Ibama recomendaram a negativa da autorização, conforme reportagens de veículos de comunicação.
Randolfe Rodrigues afirmou que não há motivo para alarma, uma vez que a negativa é apenas uma recomendação de especialistas e que ainda não há uma decisão formal. Ele destacou que “a palavra final não é somente esta”, enquanto reafirmou a intenção de não prejudicar o meio ambiente e defendeu a pesquisa petrolífera na costa do Amapá como um direito dos moradores da região.
Nos últimos meses, o senador tem trabalhado em conjunto com outros parlamentares do Amapá, incluindo o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, para pressionar o Ibama a liberar a licença. O apoio à atividade petrolífera resultou em um racha entre Randolfe e a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que se opõe à operação. Essa divergência levou o senador a deixar a Rede Sustentabilidade e se filiar ao Partido dos Trabalhadores, fortalecendo a posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em favor da autorização para a Petrobras iniciar a perfuração na costa.
O parecer técnico contrário à exploração de petróleo encontra-se sob sigilo no Ministério do Meio Ambiente. A decisão final sobre a autorização da extração pela Petrobras cabe ao presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, que é aliado de Marina Silva. Conforme reportagem, o impasse entre o órgão ambiental e a Petrobras aumentou depois que Davi Alcolumbre fez um apelo a Lula para que a licença fosse acelerada. No Amapá, o projeto de exploração é defendido por uma ampla coalizão de autoridades, incluindo o governador Clécio Luís e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que já liderou o estado por quatro mandatos. O presidente chegou a criticar o que chamou de “lenga-lenga” do Ibama.