A situação no Supremo Tribunal Federal (STF) se deteriorou após a apresentação da denúncia contra Jair Bolsonaro, que o aponta como líder de uma trama golpista e por sua tentativa de golpe, juntamente com a divulgação da delação de Mauro Cid. Esse cenário era amplamente previsto.
Os demais ministros do STF ainda não tinham acesso à delação de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-assessor do ex-presidente, que prestou depoimento incriminando a cúpula do governo Bolsonaro e seu antigo superior. Recentemente, os magistrados passaram a se atualizar sobre as informações que foram divulgadas, especialmente aqueles que integram a Primeira Turma, responsável por julgar o ex-presidente, enquanto analisam a denúncia de Paulo Gonet e o conteúdo extenso revelado na delação. A perspectiva atual entre os juízes é de que a denúncia se apresenta como “robusta e técnica”, trazendo novos elementos acerca das ações de Jair Bolsonaro que comprometeram a democracia no Brasil.
Inicialmente, a opinião é de que Alexandre de Moraes agiu de maneira adequada ao manter parte da delação sob sigilo, pois os crimes mencionados estavam sob investigação por oficiais da Polícia Federal e membros da Procuradoria Geral da República. Quando Moraes decidir liberar o caso para a análise da Primeira Turma, que conta com sua própria participação, além de Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux, será iniciado um processo que pode resultar em uma condenação superior a 40 anos de prisão para Bolsonaro, caso as penas máximas para os crimes pelos quais ele foi denunciado sejam aplicadas.
Ainda que a pena máxima não seja imposta, é amplamente considerado que Moraes, Cármen Lúcia, Zanin, Dino e Fux devem, sem exceção, encaminhar Jair Bolsonaro para a prisão. O tempo passa rapidamente e a expectativa é de que o julgamento ocorra até o final de 2025. O tempo é cada vez mais um fator crítico neste processo.