20 fevereiro 2025
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A Declaração de Jair Bolsonaro que Confirmou a Certeza da PGR

No dia 7 de setembro de 2021, em São Paulo, o então presidente da República, Jair Bolsonaro, se dirigiu a uma multidão de apoiadores, afirmando: “Só saio preso, morto ou com vitória. Quero dizer aos canalhas que eu nunca serei preso!”. Este pronunciamento ocorreu em um contexto de ataques do presidente às instituições democráticas, acompanhado por várias faixas que pediam intervenção militar no Brasil e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal.

Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), essas declarações deixaram claro o desinteresse do presidente em deixar o cargo democraticamente, caso não conseguisse vencer as eleições do ano seguinte. Em uma denúncia enviada ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral Paulo Gonet destacou que Jair Bolsonaro demonstrou claramente seu temor de uma derrota nas urnas e expressou uma mensagem autoritária relacionada à sua permanência no poder.

As investigações realizadas pela Polícia Federal revelam que uma organização envolvendo Bolsonaro, ex-ministros, aliados e militares já discutia, desde pelo menos 2021, maneiras de assegurar que o ex-presidente permanecesse no poder, independentemente do resultado eleitoral. A partir daquele ano, esse grupo iniciou uma ação coordenada para radicalizar o apoio ao bolsonarismo, impulsionando ainda mais a retórica agressiva do presidente contra membros do STF.

A denúncia da PGR aponta que as atividades dessa célula de contrainteligência se tornaram mais intensas após a escalada dos discursos de Jair Bolsonaro em 2021, marcando o começo de um plano coordenado para romper com a ordem democrática. Esse plano incluiria não apenas ações adversas contra instituições estatais, mas também a preparação do terreno para alegações de fraudes nas eleições — apesar de uma perícia técnica encomendada pelos envolvidos não ter encontrado falhas de segurança nas urnas eletrônicas, a informação foi disseminada para minar a confiança da população no sistema eleitoral.

Além de Jair Bolsonaro, a PGR apresentou denúncias contra sete indivíduos conectados ao governo dele, como os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, assim como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do presidente. No total, 34 pessoas foram indiciadas nas investigações sobre a tentativa de golpe de Estado que se desenvolveu entre 2021 e 2023.

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