15 abril 2025
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A Declaração do Exército que Gerou Controvérsia e Debate Público

As declarações contundentes de Silas Malafaia sobre o Exército Brasileiro, realizadas durante um evento em apoio à anistia na Avenida Paulista no dia 6, geraram uma resposta do ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos). A controvérsia teve início quando Malafaia, em seu discurso, criticou o general Walter Braga Netto, que está detido por supostamente tentar obstruir investigações relacionadas a uma tentativa de golpe de Estado, e descreveu o Exército como uma “cambada de frouxos, covardes e omissos” por não apoiar o ex-candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro em 2022.

Malafaia questionou a prisão de Braga Netto, afirmando: “Sabe por que ele [Braga Netto] tá preso? Porque Alexandre de Moraes diz que ele estava tentando obstruir o processo. Um general condecorado no exterior, com ficha limpa (…). Cadê esses generais de quatro estrelas, do Alto Comando do Exército? Cambada de frouxo, cambada de covardes, cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem”, expressou Malafaia de forma enfática em sua fala.

Após as críticas, Mourão, atual senador e também general do Exército, respondeu chamando Malafaia de “falastrão”. “Ao se aproveitar de um ato em defesa da necessária anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro para ofender os integrantes do Alto Comando do Exército, o falastrão que assim o fez demonstrou toda sua total falta de escrúpulos e seu desconhecimento do que seja Honra, Dever e Pátria; a tríade que guia os integrantes do Exército de Caxias”, declarou Mourão em sua manifestação nas redes sociais.

Desde o período anterior à vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, Mourão tem se distanciado do bolsonarismo mais extremado e não participou de eventos de grande porte organizados por Bolsonaro em São Paulo e no Rio de Janeiro.

No dia seguinte, a disputa continuou nas redes sociais. Malafaia utilizou suas plataformas para contestar as afirmações de Mourão, chamando o general de “traíra”, “desleal” e “covarde”, além de reiterar suas críticas ao alto comando do Exército. “Resposta ao traíra do General Mourão. Você nunca foi leal e fiel a quem te promoveu na vida política, que foi o presidente Bolsonaro. Sempre omisso, em cima do muro e fazendo jogo duplo”, escreveu Malafaia.

O pastor completou suas críticas afirmando que não viu Mourão se manifestar em defesa de Bolsonaro ou em relação à anistia. “MOURÃO! Você perdeu uma oportunidade de ficar calado. Está apanhando muito nas redes sociais. COVARDE FALASTRÃO!”, acrescentou Malafaia em sua postagem, reforçando seu descontentamento.

O líder religioso também mencionou uma declaração recente do ministro da Defesa de Lula, José Múcio, que negou a existência de ameaças de golpe de Estado envolvendo a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país.

Aliados de Bolsonaro também manifestaram apoio a Malafaia. Fábio Wajngarten, ex-ministro da Secretaria de Comunicação, criticou a prisão de Braga Netto e sugeriu que Mourão deveria utilizar sua influência política para combater “prisões arbitrárias”. “Ao invés de atacar o mensageiro, que sempre esteve ao nosso lado, ataque a mensagem”, disse Wajngarten. Ele acrescentou que a prisão do general é ilegal e imoral e chamou por uma maior proatividade dos políticos em defesa dos direitos e da legalidade.

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