22 abril 2025
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A Desastrosa Escolha do Prêmio Cinematográfico Nacional sobre Exclusões

O Prêmio Grande Otelo, promovido pela Academia Brasileira de Cinema, pode ter uma percepção limitada fora do circuito cinematográfico, mas é considerado um dos eventos mais importantes da produção audiovisual nacional, comparável ao César na França e ao Goya na Espanha, sendo muitas vezes referido como o “Oscar brasileiro”. Um anúncio feito no dia 22 de maio trouxe novidades inesperadas para o setor. A próxima cerimônia, agendada para 30 de julho na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro, prestará homenagem ao filme “Ainda Estou Aqui”, reconhecido por seu desempenho notável internacionalmente. No entanto, essa produção, que conquistou o Oscar de Melhor Filme Internacional, foi excluída das categorias do prêmio brasileiro devido a uma decisão polêmica da diretoria da Academia, que não tem relação com regras que possam ter tornado o filme inelegível.

Antes da divulgação dos indicados, os produtores são responsáveis por inscrever seus filmes a fim de concorrer a vagas entre os finalistas. A Academia divulgou que, neste ano, houve um total de 345 inscrições, abrangendo longas-metragens, curtas e séries—um número recorde nos 24 anos de história do prêmio. O filme “Ainda Estou Aqui” estava entre os concorrentes. De acordo com a presidente da Academia, o filme, dirigido por Walter Salles e estrelado por Fernanda Torres, foi considerado “hors concours”, ou seja, de qualidade indiscutível e até superior aos demais, sendo assim, não participaria da competição. A decisão foi unânime entre os diretores da Academia.

A escolha de excluir “Ainda Estou Aqui” da competição pode ser vista como um erro estratégico por parte da diretoria. É relevante notar que o filme, que foi um sucesso tanto de público quanto de crítica, poderia ter atraído uma atenção significativa para o prêmio, que carece de visibilidade fora de seu público-alvo. Além disso, é importante reconhecer que a obra poderia, sim, competir com outros filmes brasileiros lançados no mesmo ano. Mesmo que “Ainda Estou Aqui” se destacasse como o vencedor, essa é parte do processo competitivo — em um exemplo recente, o filme “Emilia Pérez” conquistou sete prêmios no César, na França, país que também esteve na corrida pelo Oscar de filme internacional.

Adicionalmente, a decisão da Academia Brasileira impede que outros profissionais envolvidos em “Ainda Estou Aqui” tenham a oportunidade de ganhar prêmios, como atores coadjuvantes, diretores de arte, diretores de fotografia, compositores, entre outros. Esses talentos poderiam, ao menos, agregar ao seu currículo uma indicação ao prêmio. O Prêmio Grande Otelo abrange trinta categorias, incluindo uma que permite votação popular. Assim, mesmo que os vencedores deste ano possuam seus próprios méritos, todos estarão sob a influência da ausência de um filme que, possivelmente, seria o favorito na competição.

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