Diante das preocupações com a situação fiscal dos Estados Unidos, Ray Dalio propõe uma série de medidas rigorosas para restaurar a saúde financeira do país. Denominada “solução dos 3%”, essa abordagem visa reduzir o déficit de 7% para 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Para alcançar essa meta, Dalio sugere que o governo americano atue em três áreas principais: corte de despesas, aumento de receitas e redução de juros.
A implementação simultânea dessas medidas requer apoio político, algo que tem sido escasso em Washington nos últimos anos. Tanto em questões de cortes de gastos quanto de elevação de impostos, a colaboração entre os partidos Republicano e Democrata parece estar ausente. Dalio observa que, durante suas conversas com políticos de ambos os lados, notou uma consciência geral sobre a necessidade de abordar o déficit, mas ressaltou a falta de união para agir de maneira efetiva.
Ele compara a situação a um barco à deriva, que se dirige para as rochas: embora haja um consenso sobre o perigo iminente, os líderes se distraiem debatendo qual direção tomar. Dalio acredita que os políticos só começariam a levar a sério a questão quando enfrentassem uma crise de endividamento severa e todas as suas consequências.
A situação fiscal dos Estados Unidos tem sido um tema recorrente nas análises de Dalio, que anunciará em breve a publicação de um livro intitulado “How Countries Go Broke”. Algumas cópias do livro já estão circulando em Washington e entre investidores em Nova York. Em um comunicado nas redes sociais no início do ano, Dalio apresentou um diagnóstico preocupante, não só para os Estados Unidos, mas também para a economia global.
Ele enfatiza que a vasta maioria dos casos de dívidas elevadas se converte em crises quando os montantes devidos se tornam impossíveis de quitar. Os sinais de alerta costumam surgir antes do colapso econômico, um deles sendo a deterioração da relação entre dívida e receita. Atualmente, a dívida do governo americano corresponde a 580% do PIB e, se a tendência continuar, poderá alcançar 730% em uma década. Em um aviso anterior, Dalio indicou que a pressão da dívida pública poderia levar investidores a procurar mercados externos, elevando ainda mais o custo da dívida nacional.
