O imperador romano Nero utilizava pedras preciosas polidas em seus olhos como proteção contra a luz solar enquanto assistia às batalhas de gladiadores. É sabido que os Copper Inuit, residentes do extremo norte do Canadá, e os Yupik do Alasca faziam uso de óculos de neve de diversos modelos, confeccionados a partir de chifres ou barbatanas de baleia, que possuíam pequenas fendas horizontais. Com esses dispositivos, conseguiam se proteger do brilho intenso da neve durante as atividades de caça, enquanto os orifícios estreitos permitiam uma melhor concentração sobre suas presas.
Na China do século 12, os juízes eram vistos usando óculos escuros com lentes de quartzo fumê, um método para ocultar suas expressões faciais, possivelmente como forma de preservar a dignidade ou evitar a revelação de emoções. A produção dos primeiros óculos aconteceu em Veneza, cuja tradição na fabricação de vidro se destaca até hoje nas conhecidas ilhas de Murano. No século 18, as damas nobres venezianas frequentemente eram vistas portando óculos verdes com armação de tartaruga, lembrando um espelho de mão. Conhecidos como “vetri da gondola” (óculos para gôndola) ou “da dama” (para senhoras), esses óculos serviam para proteger os olhos dos usuários e de seus filhos da luz solar, enquanto eram transportados pelos canais de Veneza pelos gondoleiros.