Após alcançar a posição de maior fabricante de eletroeletrônicos do mundo, a Foxconn agora almeja se estabelecer como um dos principais atores no setor de veículos elétricos. Como parte dessa ambição, a empresa firmou um acordo com a Mitsubishi para desenvolver um veículo elétrico em parceria com a montadora japonesa.
O memorando de entendimentos estabelece que a Foxtron Vehicle Technologies, divisão automotiva da Foxconn, será responsável pelo design e fabricação de um modelo inicial voltado para os mercados da Austrália e Nova Zelândia. Espera-se que este veículo esteja pronto para o segundo semestre de 2026, com produção a ser realizada em Taiwan.
Até o momento, a Mitsubishi tem se concentrado no desenvolvimento de veículos híbridos, que combinam motores elétricos e a combustão. No entanto, a empresa enfrenta crescente pressão de montadoras chinesas, que são pioneiras na produção de veículos elétricos com alta tecnologia e preços competitivos.
Para se adaptar a essa nova realidade, a Mitsubishi decidiu mudar sua abordagem, abandonando a prática de manter a produção internamente, que era considerada um diferencial competitivo.
Desde 2019, a Foxconn tem investido na entrada no mercado de veículos elétricos, utilizando plataformas e componentes padronizados para acelerar essa transição, conforme reportado pelo jornal Financial Times.
A incursão no setor de veículos elétricos faz parte de uma estratégia de longo prazo da Foxconn para diversificar suas operações além da fabricação de iPhones e consoles de videogame. Essa estratégia se tornou mais urgente após a imposição de tarifas elevadas por Donald Trump, que visavam forçar a produção de eletrônicos e outros produtos nos Estados Unidos.
Recentemente, a Foxconn manifestou interesse em adquirir a participação da Renault na Nissan, que na época era de 36%. O objetivo dessa movimentação seria aproveitar a expertise técnica da montadora japonesa, que estava se retirando da aliança com a montadora francesa.
A Foxconn já apresentou alguns conceitos de veículos, incluindo o Model B, cujo design foi desenvolvido pelo renomado escritório italiano Pininfarina, conhecido por seus projetos para marcas como Ferrari e Rolls Royce. No entanto, até o momento, nenhum dos conceitos foi colocado em produção em larga escala.
Em um relatório divulgado na segunda-feira, a empresa informou que sua receita nos primeiros quatro meses do ano subiu 24,5% em relação ao ano anterior, atingindo 2,3 trilhões de novos dólares taiwaneses (US$ 76,3 bilhões), o maior valor histórico para o período. Este crescimento é atribuído ao impacto da inteligência artificial, com destaque para a demanda na área de computação em nuvem.