19 abril 2025
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A Greve de Fome de Glauber Revela o Verdadeiro Desafio da Educação no Brasil

O término da greve de fome do deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) destaca a dificuldade da esquerda brasileira em estabelecer uma agenda relevante. Enquanto o deputado demonstrou seriedade ao criticar Arthur Lira (PP-AL) e o orçamento secreto, sua abordagem em relação a um provocador associado ao MBL foi inadequada. Embora a perda de mandato possa parecer uma consequência exagerada, ela poderia ser considerada válida se todas as violências no parlamento fossem realmente tratadas com a devida atenção.

A greve de fome é um tipo de protesto sério, com precedentes em momentos críticos da história do Brasil, como durante a ditadura militar. No entanto, a greve de Glauber se concentrou na defesa de seu próprio mandato. Ele associou a tentativa de cassação a uma represália por sua atuação contra o orçamento secreto. Embora haja uma ligação entre essas questões, o principal interesse do deputado era evitar a perda do cargo. Ademais, a narrativa de que o orçamento secreto representa um problema imediato para os brasileiros não conseguiu ressoar com a sociedade, apesar de ser uma questão relevante.

Atualmente, a população brasileira está mais preocupada com questões urgentes, como o aumento dos preços dos alimentos, a escassez de empregos de qualidade e, para milhões, a fome. Essa falta de dignidade, que envolve a impossibilidade de se alimentar adequadamente e de acessar serviços básicos como saúde e educação, se agrava em meio à crise de segurança. O país enfrenta uma grave epidemia de homicídios há bastante tempo.

O deputado encerrou sua greve de fome após interpretar uma declaração do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), como um indício de que seu mandato poderia ser protegido, embora essa situação continue incerta. Dessa forma, nem o orçamento secreto foi eliminado, nem a fome foi extinta, e a crise alimentar persiste. Houve apenas um acordo para preservar temporariamente o mandato de Glauber, que, conforme já ressaltado, realiza um trabalho consistente na Câmara.

Após o término do protesto, o deputado declarou: “Estou suspendendo essa greve de fome, mas não estamos suspendendo a luta contra o orçamento secreto. Não estamos suspendendo a luta contra o poder oligárquico, contra a responsabilização dos assassinos de Marielle, não estamos suspendendo a luta pela responsabilização dos golpistas de plantão, não estamos suspendendo o conjunto das nossas lutas.” As questões mencionadas são de grande importância, mas nenhuma delas está diretamente relacionada ao desentendimento que Glauber teve com um eleitor adversário atrelado à extrema direita.

Em resumo, a greve de Glauber ilustra a desconexão entre a esquerda e as necessitades da população brasileira. Se essa situação persistir, é provável que, em 2026, a direita consiga novamente a vitória, mesmo sendo um setor político frequentemente critico e sem um plano claro para o país, que soube explorar os temores cotidianos dos brasileiros em busca de votos. É fundamental que a esquerda se reestruture e apresente propostas alinhadas com as reais necessidades da população, a fim de conquistar a confiança de democratas de outras correntes políticas que compartilhem o repúdio ao golpe de Estado que foi tentado no Brasil.

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