As tarifas comerciais implementadas pela administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, podem ter uma variedade de repercussões nas relações geopolíticas. No entanto, a análise sugere que essas medidas não resolverão o déficit comercial ou de conta corrente do país. Este ponto é destacado em um relatório de uma instituição financeira que investiga as implicações dessas tarifas. Economistas de diversas nações enfatizam que o déficit de conta corrente resulta de um desbalanceamento macroeconômico, em que o investimento interno supera a capacidade de poupança nacional.
O relatório esclarece que a origem do problema está relacionada à conta de capital, onde os fluxos de investimento internacional promovem uma valorização da moeda americana, resultando em um déficit. Para enfrentar tal disfunção, seria necessária uma abordagem rigorosa em relação às contas fiscais, algo que as previsões atuais não antecipam. A análise também sugere que as tarifas poderiam ser utilizadas como uma estratégia para incentivar concessões em negociações bilaterais, embora isso não signifique que não haverá imposição real dessas taxas.
Além disso, não se espera que tarifas permanentes sejam aplicadas ao Canadá ou ao México. As discussões com a Europa provavelmente devem se concentrar em setores específicos, como energia e defesa. Contudo, em relação à China, a intenção aparente é de promover uma dissociação tanto geopolítica quanto econômica, levando à conclusão de que as tarifas aplicadas àquele país tendem a ser permanentes, embora em níveis inferiores aos inicialmente prometidos durante a campanha eleitoral.
O documento também menciona que algumas nações asiáticas, como Índia, Japão, Coreia do Sul e Vietnã, estão entre os alvos potenciais das tarifas, de acordo com a análise dos especialistas. Em relação às tarifas recíprocas, que são taxas que os Estados Unidos aplicariam a produtos importados de um país na mesma medida em que esses produtos são taxados no mercado americano, observa-se que sua implementação foi adiada para permitir espaço para negociações. Entre as economias emergentes, Índia e Brasil seriam as mais afetadas, apesar de o Japão também estar na mira dessas tarifas.