O ex-presidente Jair Bolsonaro deve ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em relação à tentativa de golpe de Estado, com o início do processo marcado para 25 de março de 2025.
Bolsonaro expressou sua insatisfação ao afirmar que a Justiça brasileira age rapidamente apenas contra ele. Ele utilizou pesquisas que o colocam em posição de destaque nas intenções de voto para as eleições de 2026 como base para suas críticas. Historicamente, o ex-presidente desconsiderou tais pesquisas, alegando que eram manipuladas, e questionava a integridade das urnas eletrônicas, afirmando ter sido alvo de fraudes até mesmo nas eleições que venceu em 2018.
Em seu perfil em uma rede social, Bolsonaro afirmou que o processo legal no Brasil opera a “velocidade da luz”, embora isso pareça se aplicar apenas às situações em que ele aparece como líder nas intenções de voto para a presidência em 2026. É notório que o ex-presidente está ciente da solidez das provas que o comprometem no âmbito da investigação sobre a conspiração golpista, e que a maioria dos ministros do STF tende a condená-lo, seja em sessões plenárias ou na primeira turma.
Ao questionar a integridade do STF, Bolsonaro renova sua postura de desrespeito aos poderes constitucionais, prática que se tornou comum durante seu mandato no Palácio do Planalto. Durante seu governo, o Brasil enfrentou consecutivas crises institucionais, com o ex-presidente desafiando até mesmo decisões judiciais de ministros da corte, especialmente aquelas do relator Alexandre de Moraes, atualmente responsável pelo caso relacionado ao golpe.
A narrativa antissistema promovida por Bolsonaro é uma estratégia recorrente entre movimentos de extrema-direita globalmente, que visa desestabilizar a democracia de dentro para fora. O futuro político de Bolsonaro poderá se tornar sombrio, pois, se ele não triunfar nas eleições de 2026 ou não receber um indulto, há a possibilidade de que enfrente uma longa sentença de prisão.
