O músico Hermeto Pascoal, de 88 anos, manifestou publicamente sua indignação após ter sua aposentadoria bloqueada pelo INSS. O bloqueio ocorreu devido à ausência de uma prova de vida, que exigia sua presença pessoal em Curitiba, cidade onde não reside há mais de uma década. Embora a questão tenha sido resolvida após discussões com o INSS, o benefício permaneceu suspenso, pois não foi sacado dentro do prazo estipulado.
A assessoria de Hermeto Pascoal lembrou que outros artistas idosos, como Fernanda Montenegro e Martinho da Vila, também enfrentaram problemas semelhantes por não apresentarem a prova de vida exigida.
Apesar de sua idade avançada, Hermeto continua ativo na música, gravando e realizando shows. Em setembro do ano anterior, ele se apresentou no festival The Town, em São Paulo.
O comunicado da equipe de Hermeto Pascoal relatou que sua aposentadoria por idade está bloqueada pelo INSS. O bloqueio inicial foi devido à falta da prova de vida presencial exigida em Curitiba, que já foi solucionada. No entanto, o benefício continua inativo por um novo motivo: “37 – Suspenso por não saque”, que ocorre quando o pagamento não é retirado dentro do prazo, levando o INSS a estornar o valor e interromper os depósitos. Para reativar o benefício, é necessário fazer uma nova solicitação, que já foi realizada, mas ainda não houve solução.
As etapas desse processo dependem de aplicativos ou de telefone, meios de comunicação que podem ser difíceis de acessar, especialmente para idosos. Situações similares têm sido relatadas, como o caso de Fernanda Montenegro, cuja aposentadoria foi suspensa devido a uma classificação errônea em que foi considerada “morta” no sistema, assim como Martinho da Vila, que também teve seu benefício interrompido. O cenário é preocupante, afetando milhares de pessoas e não pode ser considerado trivial.
A aposentadoria é um direito assegurado, e o Estatuto do Idoso prevê prioridade e respeito no atendimento público. Contudo, a realidade está distante desse ideal. Este caso não se trata de um clamor por privilégios, mas de um alerta sobre a forma como o sistema trata os idosos, incluindo aqueles que dedicaram suas vidas à cultura do país.
