21 fevereiro 2025
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A Queda na Popularidade de Lula: Impactos e Implicações para o Futuro Político do Brasil

A recente pesquisa do Datafolha revela que a aprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva caiu de 35% para 24% em um intervalo de dois meses. Paralelamente, a reprovação aumentou de 34% para 41%, com a maior queda registrada na região Nordeste, tradicionalmente considerada um reduto eleitoral do presidente. Além disso, dados do Ipec mostram que a proporção de pessoas que acredita que Lula não deve se candidatar em 2026 cresceu de 58% em setembro para 62%.

A análise das causas dessa queda não pode ser atribuída apenas à comunicação do governo. A realidade econômica apresenta desafios significativos: embora o desemprego esteja em níveis baixos, a inflação tem impactado os salários daqueles que estão empregados. O país demonstra crescimento, mas a alta taxa de juros dificulta a aquisição de bens a prazo. Além disso, a insegurança nas ruas gera inquietação na população, enquanto o governo evita abordar o tema de forma direta.

Os conflitos internos dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) incluem tentativas de derrubar o ministro Fernando Haddad. Lideranças como Gleisi Hoffman representam uma facção mais radical que busca transferir o controle do partido para José Guimarães, desconsiderando as preferências de Lula e dos membros moderados, que apoiam Edinho Silva como o próximo presidente do partido. Há tensões entre os auxiliares mais próximos de Lula e sua esposa, Janja, que muitos afirmam exercer influência excessiva sobre o presidente enquanto ele assiste à desordem política sem intervir.

Nesse cenário conturbado, não há perspectiva de se criar uma agenda positiva. O atual clima de crise também impacta a oposição. O presidente Lula, mais do que seu predecessor Jair Bolsonaro, tem se mostrado um ponto de união para a direita; seu desgaste pode levar a uma fragmentação desse grupo. Manifestos contra o governo estão programados para o dia 16 de março, mas as motivações entre os grupos participantes variam. Algumas figuras de direita, como Nikolas Ferreira e Carla Zambelli, estão convocando para um ato em favor do impeachment de Lula, embora as bases legais para tal procedimento não estejam claras.

Em contrapartida, Jair Bolsonaro parece acreditar que Lula se tornará cada vez mais fraco até as próximas eleições e está promovendo um evento sob o lema “Fora Lula 2026”, indicando que não apoia um impeachment, mas prefere direcionar as energias da oposição para um futuro político que lhe favoreça. Ele também alertou os participantes a se informarem sobre a pauta proposta, sugerindo que o movimento pelo impeachment pode falhar em ganhar adesão popular.

A busca de Bolsonaro por uma anistia para os responsáveis pelos eventos de 8 de janeiro reflete sua estratégia para consolidar sua própria candidatura em 2026. Contudo, essa proposta parece ter apelo limitado, restringindo-se a um círculo muito próximo do ex-presidente. Para outros potenciais candidatos de direita, como Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Ratinho Jr., Pablo Marçal ou Gusttavo Lima, Bolsonaro é visto mais como um cabo eleitoral necessário do que como um candidato viável. Assim, o enfraquecimento de Lula parece paradoxalmente afetar também seus oponentes.

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