1 junho 2025
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A Revolução dos Educadores Modernos

Faz anos, a ex-senadora Heloísa Helena expressou uma ideia fundamental: “Se o Brasil adotasse uma geração de brasileiros desde o nascimento, quando adultos eles adotariam o Brasil.” Recentemente, em um seminário realizado pelo Instituto Brasileiro Pró-Cidadania, o professor Cesar Callegari expandiu essa perspectiva ao afirmar que, para atender às necessidades educacionais do país, é essencial formar uma nova geração de professores. Essas duas reflexões devem orientar a elaboração do novo Plano Nacional de Educação (PNE), evitando que ele seja apenas uma repetição das versões anteriores, caracterizadas por uma abordagem burocrática e falta de ambição.

Um novo PNE deve apresentar metas claras, especificando o saber que todos os brasileiros devem adquirir ao término da educação básica. Não se deve limitar a uma dispersão municipal, mas, sim, estruturar um sistema nacional de educação que vise a excelência desde a pré-escola até o ensino médio. É crucial definir ações específicas e estratégias que coloquem o Brasil entre os países com melhor educação, garantindo acesso de qualidade para todas as crianças. Nesta sua terceira edição, o PNE oferece a oportunidade de moldar essa nova geração de educadores, estabelecendo uma formação sólida, critérios rigorosos de seleção, dedicação integral ao ofício, além de avaliações e incentivos contínuos ao longo da carreira.

É fundamental esclarecer o papel do Estado e da sociedade na atração dos jovens mais talentosos para o magistério. A seleção deve ocorrer ainda durante a formação acadêmica, priorizando os melhores alunos em termos de conhecimento e liderança. Para isso, é necessário garantir uma remuneração entre as mais altas do serviço público e construir uma trajetória profissional que incorpore prestígio e atratividade. A sociedade precisa valorizar os professores assim como é visto em outros países, para que a profissão seja respeitada.

A formação de um corpo docente consistente depende da criação de uma carreira nacional com salários federais equiparados aos dos servidores públicos mais bem pagos. Além disso, deve incluir formação continuada desde o ensino médio até a aposentadoria, assim como bolsas de estudos e remuneração durante todo o processo formativo, similar a outras carreiras de prestígio, como a de diplomatas e militares.

Durante sua formação, os futuros educadores devem adquirir tanto as técnicas pedagógicas quanto valores éticos fundamentais. É essencial que compreendam seu papel na formação de indivíduos preparados para enfrentar os desafios do futuro, armados com o conhecimento necessário para buscar a própria felicidade e para construir um Brasil mais produtivo, inovador, justo, sustentável e democrático. Um professor que é respeitado, bem remunerado e qualificado deve ter plena consciência da sua relevância, percebendo o impacto negativo que sua ausência pode ter na sala de aula. Dessa forma, ele será um promotor da valorização da educação no país. Assim sendo, o plano nacional não pode deixar a carreira da nova geração de professores subordinada a municípios com realidades econômicas e sociais divergentes.

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