Em um pronunciamento realizado nesta segunda-feira, dia 24, o presidente Lula apresentou à população novidades dos programas sociais Pé-de-Meia e Farmácia Popular. A duração do discurso foi superior a dois minutos, e o objetivo é destacar os benefícios que oferecem. O programa Pé-de-Meia visa incentivar a permanência de estudantes de baixa renda no ensino médio, proporcionando aos responsáveis financeiros até R$ 9.200 ao longo de três anos, com base no comprometimento e nas escolhas dos alunos.
O programa Farmácia Popular assegura a gratuidade de 41 medicamentos essenciais, que incluem tratamentos para condições como asma, diabetes, hipertensão, doença de Parkinson e glaucoma. Este programa visa atender pessoas de todas as idades, com um foco especial em cidadãos mais idosos. A estratégia parece visar um amplo espectro da população, buscando recuperar a popularidade do presidente entre jovens e idosos ao mesmo tempo.
Embora esses programas sejam iniciativas significativas que podem ajudar a moldar a identidade do terceiro mandato de Lula, ainda não alcançam a amplitude do antigo Bolsa Família. A proposta parece indicar que, em termos de marketing político, o presidente ainda carece de uma “bandeira”. Entretanto, em termos institucionais, Lula já deixou contribuições importantes em sua terceira gestão, como a normalização das relações entre os poderes do governo após episódios de tensão política.
O presidente pode não ter um programa emblemático definido neste momento, mas a reconciliação de propostas que haviam sido descontinuadas possui um valor simbólico relevante. Contudo, Lula enfrenta o desafio de se comunicar de maneira efetiva com uma parcela significativa da população a respeito dessas questões.
Se o objetivo é estabelecer o programa educacional Pé-de-Meia como uma iniciativa central de seu terceiro mandato, é fundamental observar a proposta de homeschooling defendida pela administração anterior, que priorizava a retirada de alunos do ambiente escolar, enquanto agora o enfoque é a inclusão.
Igualmente, se o programa Farmácia Popular se tornar um pilar do governo, é necessário lembrar que a política anterior da área da saúde foi contrária à vacinação durante a pandemia da Covid-19, desconsiderando as recomendações científicas. Apesar das falhas enfrentadas no que se refere à vacinação contra a dengue, é imprescindível que os esforços para restaurar o sistema de saúde pós-mandato de extremas direitas sejam apresentados como uma bandeira significativa. O que se faz necessário agora é que o presidente não apenas crie novos programas, mas também valorize adequadamente as reconstruções que foram necessárias após a administração anterior.