Na abertura do ano legislativo, ocorrida na segunda-feira, 3 de dezembro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro utilizaram bonés com a frase “Comida barata novamente. Bolsonaro 2026” na Câmara. Essa manifestação visava fazer contraposição a um boné azul com os dizeres “O Brasil é dos brasileiros”, utilizado por membros do governo.
Entretanto, a mensagem apresentada pelos apoiadores não está alinhada com os dados econômicos dos últimos quatro anos de governo. Entre 2019 e 2022, o crescimento dos preços dos alimentos no Brasil superou a média geral da inflação em três dos quatro anos, alcançando um aumento que nunca esteve abaixo de 6%. Durante o último ano da gestão Bolsonaro, esse aumento chegou a quase 12%. Em 2020, ano em que foi declarada a pandemia de Covid-19, esse indicador ultrapassou 14%.
No primeiro ano do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para alimentos e bebidas apresentaram taxas de 1,03% e 0,33%, respectivamente, ambas inferiores aos indicadores gerais de inflação. Para o ano de 2024, houve uma nova elevação nos preços dos alimentos, com o IPCA registrado em 7,69% e o INPC em 7,6%.